Por Bruno Andrade
As ações da Azul (AZUL4) tiveram a maior alta do Ibovespa em março após subirem 68,7% e terminarem o mês a R$ 12,03. Segundo analistas ouvidos pelo Faria Lima Journal (FLJ), a alta acontece após a companhia conseguir renegociar a sua dívida, o que melhorou a expectativa no curto e médio prazo.
“A renegociação da dívida da Azul foi vista como algo muito positivo pelo mercado, pois deu um alívio para o caixa da empresa, que passou por grandes dificuldades após o fechamento de aeroportos durante a pandemia”, explicou Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos.
A Azul anunciou no início de março que conseguiu prorrogar o pagamento de R$ 4,5 bilhões, ou 90% do valor em arrendamento. A companhia não foi a única, a Gol (GOLL4) fechou acordo de US$ 1,4 bilhão com a Abra Group no começo de março. A decisão gerou notas seniors da Gol com vencimento para 2028.
Sendo assim, o setor aéreo foi o grande destaque no mês, mesmo com uma diferença entre as altas dos papéis, visto que a Gol subiu 20,8%, três vezes menos que a Azul. “Essa diferença acontece porque o papel da Azul sofreu muito mais antes, pois os riscos eram maiores”, disse Komura. “Com a melhora da perspectiva, a correção também foi maior”, explicou.
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O que esperar de Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)?
O futuro das ações das duas companhias é incerto. Para os analistas do Santander, Lucas Barbosa, Gabriel Tinem e Lucas Esteves, embora as duas empresas tenham apresentado melhora por causa da negociação do endividamento, a cautela deve continuar.
“Os riscos incluem: volatilidade dos preços de câmbio e combustível de aviação; recuperação mais lenta da demanda e piora da atividade macroeconômica”, afirmaram Barbosa, Tinem e Esteves.
Sendo assim, os especialistas possuem uma recomendação neutra para as duas companhias. O preço-alvo calculado pelos analistas do Santander para a Azul é de R$ 13,70 para o final de 2023, uma alta de 13,88% na comparação com fechamento desta sexta-feira (31).
Já o preço-alvo da Gol é de R$ 9,30 até o final de 2023. O número representa uma potencial alta de 39,2% na comparação com o fechamento do ativo desta sexta-feira (31). Ou seja, o melhor é o investidor não comprar as ações se não quiser ficar exposto aos riscos oferecidos pelo papel, pois, mesmo com a forte alta no último mês, a volatilidade desses ativos é grande.
