Você já ouviu falar no IPCA? O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é um dos indicadores mais importantes para o mercado brasileiro. Afinal, a partir dele, o governo determina, basicamente, se há uma inflação ou uma deflação no país.
Organizado e elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, este indicador analisa se a população conseguirá realizar os seus planos, qual a necessidade de aumento em relação aos salários, entre outros.
É, também, a partir desse dado, que o governo determina em quanto será os reajustes salariais, fazendo com que a população consiga o acesso a, no mínimo, os produtos básicos de maneira acessível.
Além disso, é um indicador que consegue influenciar diretamente o mundo dos investimentos. Afinal, acaba gerando grandes impactos em relação às rentabilidades e lucros dos ativos.
Dessa maneira, neste artigo, separamos algumas informações em relação ao IPCA e seus impactos diante o mercado de investimentos, além de explicar como ele funciona e como você pode utilizá-lo em seus ativos.
Acompanhe a seguir!
O que é o IPCA?
Basicamente, o IPCA é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Assim como o nome indica, é um recurso que mede a variação dos preços de uma cesta de produtos e os serviços consumidos pela população do país. A partir disso, temos uma variação todos os meses.
Resumidamente, esse índice consegue medir a inflação, sendo um dos mais tradicionais de todo o país. Dessa forma, o IPCA consegue englobar cerca de 90% das pessoas que moram em áreas urbanas do Brasil, sendo calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) todos os meses.
Além do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, existem outros modelos dos indicados, como o IPCA-15, que se baseia em coletas de dados do dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês seguinte, e o IPCA-E, que é o índice acumulado a cada trimestre pelo IPCA-15.
Basicamente, o IPCA acumulado seria uma variação da inflação em um período específico. Assim sendo, conforme o IBGE, o indicador acaba sendo acumulado a partir de 12 meses.
A partir disso, é usado como uma referência para reajustes salariais e investimentos, capaz de lidar com os impactos da inflação, garantindo rentabilidade, além de tornar os produtos do dia a dia acessíveis para as famílias brasileiras.
Como funciona o IPCA?
Assim como dito anteriormente, o Índice consegue gerar inúmeros impactos para pessoas em geral e, principalmente, para quem é do mercado de investimentos. Dessa forma, essa ferramenta acaba sendo influenciada por conta da demanda e oferta de serviços e produtos.
Basicamente, se houver o aumento da procura de um item em que existe pouca quantidade na loja e/ou mercado, o preço deste terá tendência a subir. No entanto, quando o consumo desse determinado item está em queda, os preços podem acabar estagnado ou até mesmo cair.
Ou seja, é a partir do IPCA que o Governo consegue monitorar a meta de inflação de todos os anos, além de determinar algumas políticas em relação à economia e as medidas que serão tomadas, a fim de controlar os índices de inflação.
Assim sendo, a partir desse indicador, a inflação anual que precisa superar a meta é definida. Para superar esse índice, por exemplo, uma das estratégias utilizadas é a elevação da Taxa Selic, o que consegue garantir uma desaceleração do consumo.
Da mesma maneira que acontece uma elevação do IPCA, existe uma redução do poder de compra em relação aos brasileiros. Dessa maneira, com o aumento do indicador, muitos empreendedores acabam reajustando os seus preços.
É por conta desse indicador e seus ajustes que há uma variação em relação à inflação. Por exemplo, os excessos de gastos públicos acabam contribuindo com a inflação. Dessa maneira, quanto maior for o dinheiro em circulação, a economia acaba ficando mais aquecida.
O que faz o IPCA subir ou descer?
Assim como dito anteriormente, alguns fatores podem fazer com que haja uma variação em relação ao indicador. Uma delas, inclusive, é o de oferta e demanda. Basicamente, se a procura por um produto cresce, o preço sobe. O contrário também acontece, fazendo com que os valores caiam.
Por exemplo, em safras de alimentos, quando o resultado for positivo, os produtores conseguem vender por um preço menor, pois conta com uma alta quantidade. Enquanto isso, se a colheita passou por perdas, o preço acaba aumentando. Afinal, o produtor não tem uma grande quantidade para vender. Ou seja, o desequilíbrio na lei de procura e oferta pode fazer com que o IPCA seja alterado.
Além da demanda, os custos da produção de uma empresa também conseguem alterar esse indicador – tanto para cima, quanto para baixo. Ou seja, se um segmento acaba sofrendo com aumentos de preço de produção, salário, impostos ou até mesmo transportes, os consumidores finais são atingidos.
Para que serve o IPCA?
Esse indicador ajuda a entender como se dá e como se utiliza a variação de preços em diversos itens a cada mês. Dessa maneira, para analisar os cálculos, o IBGE utiliza-se de itens básicos para a população – ou seja, feijão, arroz, vestuário, aluguel, gasolina e até mesmo gastos com saúde e educação.
Vale destacar que o IPCA não se baseia apenas em relação às mudanças de preço de serviços e produtos.
O que significa IPCA?
Produzido pelo IBGE a partir de dezembro do ano de 1979, o IPCA significa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Ele é o indexador oficial do Brasil, de acordo com o Decreto nº 91.990, determinado em novembro de 1985.
Dessa maneira, a partir desse índice, a economia do país consegue resolver algumas questões envolvendo a inflação e o poder de compra da população. Assim sendo, entre as suas principais funções estão as correções de taxas de valores em relação a salários, poupança, aluguéis, taxas de câmbio e outros ativos monetários.
Como o IPCA impacta os investimentos?
Até agora já foi possível entender as variações do índice em relação ao impacto direto no bolso da população. Dessa maneira, quando é algo que está em alta, basicamente o dinheiro perdeu o valor.
Assim sendo, como é um indicador que aponta os impactos em relação à economia, o IPCA também acaba afetando os investimentos. Afinal, é um fator que acaba sendo utilizado na taxa de rentabilidade de algumas aplicações. Ou seja, as variações deste índice, que afetam o rendimento.
Dessa maneira, esse indicador impacta bastante em relação aos investimentos, pois a inflação orienta como é possível investir melhor o seu dinheiro, a partir do desempenho econômico do país.
Assim sendo, o IPCA impacta os rendimentos diretamente, mas, ao mesmo tempo, é possível garantir a segurança de um pouco de correção em comparação à inflação, evitando a perda do poder de compra.
Para evitar que os investimentos sejam desvalorizados, é preciso montar uma carteira com investimentos focados em ganhos acima desse indicador. No mercado de investimentos, são diversas aplicações, a fim de garantir bons rendimentos.
Entre uma das melhores indicações estão:
- Tesouro IPCA+: basicamente, essa modalidade de investimento consegue pagar a inflação do ano, além de uma taxa que foi pré-fixada no momento da compra. Assim sendo, é um bom investimento a longo prazo.
- CDBs: nos Certificados de Depósitos Bancários, o valor do investimento acaba sendo corrigido por meio das taxas de juros, que são fixadas logo no momento da compra do título. Além disso, alguns também são remunerados pelo IPCA.
- LCIs ou LCAs: essas aplicações também contam com rendimentos a partir de ajustes do IPCA. Um dos seus maiores impeditivos, porém, acaba sendo o investimento de alguns valores mais altos.
- Debêntures: por fim, esses títulos conseguem usar um sistema bem parecido em relação à remuneração do Tesouro IPCA+. Dessa maneira, o valor do montante vai sendo ajustado de acordo com o indicador do período.
- Leia também: CDB: O que é e por que consideram seguro
O que acontece se o IPCA subir?
Basicamente, o IPCA é fundamental para metrificar o poder de compra da população brasileira. Ou seja, quando esse indicador tem um crescimento, sem que haja um aumento real de salário, por exemplo, o poder de compra da população pode diminuir ou ficar instável em relação aos meses ou anos anteriores.
Por exemplo, se o indicador tem um crescimento de 4% em um ano, enquanto o rendimento de um trabalhador subiu apenas 2%, o poder de compra não cresce. Resumidamente, ele acaba empobrecendo.
É por isso que, durante todos os finais de ano, o salário mínimo sofre um reajuste baseado nos cálculos vigentes das leis do congresso nacional, geralmente utilizando a base no índice INPC sobre o valor acumulado do ano – janeiro a dezembro – para elaborarem quanto será o aumento do salário mínimo.
A forma de cálculo pode mudar conforme novas leis são aprovadas, mas, de maneira geral, o IPCA afeta o trabalhador, pois muitos produtos e serviços variam seus percentuais de reajuste por esse índice.
Qual a diferença entre taxa Selic e IPCA?
Até aqui você já deve ter entendido como é o funcionamento do IPCA, certo? No entanto, você sabia que ele tem relação com outras taxas, como a taxa Selic? Resumidamente, ambos têm funções muito essenciais para investimentos e todo o mercado econômico do Brasil.
A Taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) ajuda a disciplinar e facilitar a venda e a compra de alguns títulos públicos. Basicamente, é uma média de todas as operações feitas no sistema. Além disso, ela é utilizada pelo Banco Central, influenciando as demais taxas de juros do Brasil, sendo praticadas por bancos e outras instituições financeiras.
Muitos especialistas do mercado financeiro acabam entendendo que a movimentação dos preços pode ser freada pela Taxa Selic. Dessa maneira, sempre que houver uma inflação acima do esperado, existem movimentos para definir qual será o comportamento adotado pela taxa Selic.
Assim sendo, então, quando há um aumento na taxa básica de juros, o crédito acaba ficando encarecido, enquanto diminui-se a capacidade em relação ao investimento na produção e no consumo da população. Dessa forma, os preços se tornam ainda mais atrativos, a fim de manter a demanda da população equilibrada com a oferta de crédito.
Resumidamente, a taxa Selic é utilizada para determinar taxas de empréstimos entre bancos de títulos públicos, enquanto o IPCA apenas mede a inflação do mercado brasileiro. O primeiro é utilizado principalmente no Tesouro Selic, enquanto a segunda taxa é usada em títulos públicos, CDBs, LCIs, entre outros.
- Leia também: Taxa selic: o que é e como afeta seus investimentos?
O que é melhor IPCA ou CDI?
Outro indicador que também existe no mercado é o Certificado de Depósito Interbancário, também mais conhecido por sua sigla: CDI. Ele é muito comum no mundo de investimentos, sendo utilizado em operações que contem com um menor prazo entre os bancos.
Dessa maneira, muitos investimentos, como os CDBs, LCs, LCIs, LCAs, por exemplo, acabam utilizando o CDI como o seu indexador. Dessa maneira, se você está buscando aplicações que tenham alta rentabilidade, é importante procurar aquelas que tenham uma rentabilidade líquida próximas ao CDI ou até mesmo que ultrapassem o valor, como 125% do CDI.
Resumidamente, esse valor do CDI acaba acompanhando a taxa Selic. Dessa maneira, ele vai render um pouco a menos que essa segura. Assim sendo, tornam-se “parceiros” em relação ao mundo dos investimentos.
É por isso que muitas pessoas querem que a sua rentabilidade sempre fique mais elevada em relação à inflação, processo que chamamos de rentabilidade real. Ou seja, se o investimento estiver mais abaixo da inflação, você perde dinheiro – por conta da perda do poder de compra.
Assim sendo, quem opta por utilizar o IPCA como indexador, tem uma melhor opção, por conta da garantia de sempre manter-se acima da inflação. Essa é uma boa opção para as pessoas que preferem investimentos a longo prazo.
Portanto, quando um investidor prefere um produto com esse tipo de índice, está visando mais a rentabilidade real do que a rentabilidade nominal. É por isso que, em alguns períodos, um investimento com IPCA pode ser melhor ou até mesmo pior do que alguns ativos que estejam atrelados ao CDI, mas em termos nominais. Vale destacar que, nesse caso, o poder de compra é garantido, pois houve a rentabilidade real, com valores acima da inflação.
As projeções são apenas um parâmetro para o mercado, a partir das expectativas dos agentes do mesmo. Dessa forma, é impossível comparar o resultado nominal de título com IPCA com outro com CDI pode não fazer muito sentido. Afinal, o primeiro é referência para os investimentos que tenham um prazo mais longo, enquanto o segundo serve para investimentos mais curtos. Dessa maneira, cada um depende do intuito do investidor.
- Leia também: CDI: O que é e por que rende mais que a poupança?
É melhor o IPCA alto ou baixo?
Obviamente, assim como qualquer investimento, tudo depende. Vale destacar que a diferença entre o IPCA acumulado no período e a taxa de rentabilidade de um ativo representa o ganho real. Dessa maneira, quando a inflação está em alta, uma grande parte dos seus ganhos pode acabar sendo perdida.
No ano de 2015, por exemplo, a taxa do CDI era de 13,24%. Dessa maneira, um investimento que tinha rentabilidade de 100% nele, descontando o IPCA DE 10,67%, acabou tendo um ganho real de somente 2,57%. Ou seja, não foi um ativo extremamente lucrativo.
É por esse motivo que o comportamento desse índice influencia no momento de escolha dos ativos. Afinal, uma inflação alta por um tempo prolongado pode acabar gerando um aumento na Selic, o que deixa os investidores mais cautelosos. Dessa forma, a primeira medida tomada é uma migração para a renda fixa.
No entanto, quando o IPCA cai, significa que os juros também podem cair e, assim, as pessoas podem tomar risco indo para ativos de risco como ações. Afinal, isso pode fazer com que haja uma maior tomada de risco a fim do dinheiro começar a render ainda mais. Ou seja, alguns ativos, como Fundos Imobiliários e ações, se tornam boas alternativas quando a inflação está mais baixa.
Além disso, quando há uma queda na inflação, o crédito fica mais barato. Dessa maneira, então, as empresas do país optam por realizar empréstimos no próprio Brasil ao invés do exterior. Assim como, há uma maior realização em relação a investimentos, como a compra de equipamentos e até, por exemplo, de desenvolvimento de novos produtos.
Assim sendo, o IPCA mais baixo pode acabar sendo visto como uma maneira de incentivo para que a economia brasileira tenha mais forças para se desenvolver por meio de mais investimentos realizados.
Como é calculado o IPCA?
O IPCA é calculado a partir da coleta de preços de uma cesta de consumo composta por diversos produtos e serviços, que representa o padrão de consumo das famílias brasileiras.
Essa cesta é atualizada periodicamente e os preços são coletados em estabelecimentos comerciais em diferentes regiões do país. O cálculo é feito pela média ponderada dos preços dos itens da cesta, considerando seus respectivos pesos relativos.
É importante ressaltar que o IPCA é um índice que mede a inflação de forma geral, ou seja, ele não considera a variação de preços de produtos e serviços específicos. Para isso, existem outros índices de preços, como o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), que considera preços de commodities e o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que mede a variação dos preços dos produtos na saída das indústrias.
O resultado é divulgado mensalmente pelo IBGE como o índice de inflação oficial do país.
- Leia também: CDI: O que é e por que rende mais que a poupança?
Quando o IPCA é divulgado?
Assim como dito anteriormente, o IPCA é um levantamento de responsabilidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dessa maneira, é o IBGE quem faz toda a divulgação dos dados em relação a este indicado.
De acordo uma determinação legal, a partir da Medida Provisória nº 812, elaborada em 30 de dezembro de 1994, o IPCA – Série Especial está tendo uma divulgação trimestral.
Os últimos dados de 2022, por exemplo, foram divulgados no início do mês de dezembro, apontando uma inflação, após três meses seguidos de deflação. É possível consultar todos os dados por meio do site do próprio IBGE, que faz a divulgação de diferentes pesquisas em relação aos preços do consumidor.
E agora?
Neste artigo, você pode conhecer a importância e todo o funcionamento do IPCA para a sociedade. Afinal, esse indicador impacta a população brasileira diretamente, pois, a partir dele, a inflação é aumentada e/ou diminuída.
Além disso, questões importantes, como os reajustes dos salários mínimos e até mesmo os preços dos itens básicos do dia a dia, sofrem com as alterações desse indicador.