Por: Clara Guimarães
Os contratos de juros futuros longo firmaram o movimento de alta na manhã desta quinta-feira no Brasil, mesmo após o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apontar a desaceleração da inflação, em um cenário doméstico desafiador devido às tensões políticas e fiscais.
Perto das 11h00, o DI com vencimento em Jan/2025 recuava 2 pontos-base, a 13,47%; o de Jan/27 recuava para 1 ponto-base, a 12,75%. Já o DI de Jan/29 ganhava 10 pontos-base, a 13,22%; e o de Jan/31 avançava 12 pontos-base, a 13,38%.
No mesmo horário, o dólar futuro caía 0,31% na B3, a R$5,202. Nos Estados Unidos, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dez anos recuavam 4,8 pontos-base, a 3,588%.
Segundo analistas consultados pela Mover, há uma correção da curva de juros após a forte queda de ontem, quando alguns vencimentos chegaram a derreter mais de 30 pontos-base, e estresse gerado por críticas do governo à condução da política monetária e à autonomia do Banco Central.
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Divulgado mais cedo, o IPCA subiu 0,53% em janeiro, ante 0,62% registrados em dezembro, e expectativa de 0,57% do consenso Mover. No acumulado de 2022, o IPCA teve variação de 5,77%, ante consenso de 5,80%.
Ainda assim, economistas da XP dizem esperar a aceleração da leitura de fevereiro do IPCA, citando o impacto dos reajustes de mensalidades e matrículas e da inflação da gasolina, sob o efeito da alta de 7,4% anunciada pela Petrobras há duas semanas.
Em leilão tradicional de quinta-feira, o Tesouro — que tem enfrentado dificuldades em colocar seus títulos diante da forte alta do prêmio de risco na curva de juros — elevou a oferta deLetras do Tesouro Nacional (LTNs) e de Notas do Tesouro Nacional-Série F (NTN-Fs).
O governo anunciou oferta de 10 milhões de LTNs – 1 milhão com vencimento em outubro de 2023, 4 milhões para abril de 2025, e 5 milhões para julho de 2026. Outras 2 milhões de NTN-Fs foram a leilão, das quais 750 mil com vencimento em 2029, e 1,250 milhão para 2033.
