São Paulo, 15/03/2024 – O cenário para a fabricante brasileira de equipamentos elétricos WEG melhorou, disseram analistas do Itaú BBA em relatório, voltando a recomendar a compra dos papéis da companhia após um rebaixamento da classificação em meados do ano passado.
Os papéis da WEG tiveram desempenho cerca de 30% inferior ao do índice Ibovespa desde maio de 2023, na sequência de alerta do Itaú que sugeria maior cautela e uma visão neutra para a empresa. Na ocasião, no entanto, o banco já alertava que seguia otimista com WEG no longo prazo e que “não via a hora de voltar” para o papel.
Hoje, por volta das 11h, as ações ON da WEG subiam 1,11%, entre as principais altas do Ibovespa. No ano, elas acumulam uma valorização de 4,44%.
“Em resumo, nossa visão mais construtiva está baseada em uma inflexão positiva em todas as três tendências que haviam levado a ação a ter desempenho inferior”, escreveu o time do Itaú BBA, acrescentando que “histórias excelentes (como a da WEG) não têm desempenho abaixo do mercado por muito tempo”.
Além do Itaú BBA, outras casas de análise, como a XP, haviam apontado para uma pressão negativa sobre as margens da WEG no curto prazo. Agora, ao menos para produtos conhecidos como ´de ciclo curto´, essa pressão parece ter acabado, avaliou o BBA.
O banco também indicou que os preços de commodities se estabilizaram e os preços de motores exportados tiveram um relevante ajuste para cima, o que é positivo para as margens no curto prazo.
“Nós agora esperamos que as margens fiquem estáveis em 2024, na comparação com o quarto trimestre de 2023 (sem considerar a aquisição da Regal)”, apontaram os analistas, que antes viam tendência de redução no indicador, destacando também expectativa de aceleração do fluxo de pedidos da WEG no segundo semestre.
Para o Itaú, a WEG ainda tem potencial de gerar receitas adicionais em avenidas de crescimento de curto e longo prazo, como no mercado de mobilidade elétrica e em hidrogênio verde.
Embora o mercado esteja sempre se questionando se a ação da WEG está “cara”, de olho em múltiplos como a relação entre preço das ações e lucro (P/L) — o Itaú BBA avalia que o atual “valuation” é de 30x P/L para 2024 e 26x P/L para 2025 — o banco vê risco limitado de queda para os papéis.
Antes, em 11 de março, o Itaú BBA já havia elogiado a recente aquisição da Regal Rexnord pela WEG, apontando que a transação é bastante complementar para as operações da companhia brasileira. O banco chegou a projetar que o negócio pode gerar taxa interna de retorno impressionante de 40% no longo prazo, com efeito positivo para os lucros por ação a partir de 2026.