Ibovespa sobe com ajuda do setor financeiro e salto de Natura; NY recua

Investidores seguem monitorando o preço do petróleo

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Por: Patricia Lara

O Ibovespa inicia a sessão em leve alta, amparado pelas ações do setor financeiro e também por Natura, que operam em firme alta. O movimento positivo acontece a despeito da abertura fraca que se vê em Nova York, onde investidores seguem monitorando o preço do petróleo, que volta a subir com decisão inesperada de corte da oferta por países produtores relevantes no último fim de semana.

Perto das 10h40, o Ibovespa subia 0,39%, aos 101.850 pontos, após chegar a superar 102 mil pontos mais cedo.

As ações ordinárias da Natura (NTCO3) lidera a alta, com ganho de 7,44%, a R$14,53, após a gigante brasileira de cosméticos fechar um acordo com a L’Oréal para venda da sua controlada australiana Aesop por US$2,53 bilhões, para auxiliar no processo de desalavancagem e no foco na integração das operações na América Latina.

Para o Goldman Sachs, o negócio pode reduzir a alavancagem da Natura da estimativa atual do banco americana de 3,4X dívida líquida/EBITDA para -0,9 vez, o que representa um caixa líquido no final do ano de 2023, levando-se em conta nenhum imposto sobre ganhos de capital, segundo relatório.

Em pontos, as ações ordinárias da B3 (B3SA3) e as preferenciais do Itaú (ITUB4) eram as que mais hidratavam o índice, contribuindo com cerca de 160 pontos. As ações ordinárias da B3 subiam 2,27%, a R$10,83 e as preferencias do Itaú, 1,12%, a R$24,30. Já Bradesco PN (BBDC4) avançava 1,14% e Bradesco ON (BBDC3) ganhava 0,73%.

Na contramão, a principal influência negativa em pontos vinham das ações ordinárias da Vale (VALE3), que recuam 0,54%, a R$ 79,85, retirando 88 pontos do índice. A mineradora continua reverberando os movimentos do minério de ferro, que encerrou em queda de 2,06% na sessão na Bolsa chinesa de Dalian, pressionado por embarques mais altos, demanda fraca por aço na tradicionalmente alta temporada de construção e preocupações persistentes sobre intervenção do governo.

As ações ordinárias da Dasa (DASA3) cediam 0,43%, a R$6,98. A empresa oficializou hoje pedido para realização de uma oferta pública primária de ações que pode levantar no mínimo R$1,5 bilhão e deve ser precificada em 18 de abril.

Na agenda do dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), participa do Bradesco BBI Brazil Investment Forum, a partir das 17h00. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem reunião fechada com diretores de Tesouraria e da área de pesquisa econômica do Bradesco. Ontem, Haddad afirmou, em entrevista, que não discutirá a interrupção do mandato de Campos Neto na presidência do BC, mas disse que vê espaço para corte da taxa básica de juros.

Em NY, o S&P 500 cedia 0,05% e o do Nasdaq recuava 0,25%. Nos Estados Unidos, sai relatório JOLTS de emprego e encomenda às indústrias em fevereiro, às 11h00. Há ainda discursos da diretora do Federal Reserve Lisa Cook e da presidente do Fed de Boston, Susan Collins (14h30) e da presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester (19h45).

Entre as commodities, os contratos futuros do petróleo Brent subiam 1,13%, a US$85,95 o barril, prolongando alta de mais de 6% na segunda-feira após a Arábia Saudita e outras nações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep) anunciarem no fim de semana cortes inesperados de cerca de 1,16 milhão de barris por dia da produção.