Vale (VALE3) vê produção de minério de ferro avançar em base anual no 1º trimestre

Mineração de níquel recua significativamente

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Por: Luciano Costa

A Vale reportou uma produção de minério de ferro de 66,77 milhões de toneladas no primeiro trimestre, com avanço de 5,8% ante mesmo período do ano passado, mas recuo de 17,4% frente aos últimos três meses de 2022, enquanto a mineração de níquel recuou significativamente em ambas bases de comparação.

Em relatório divulgado nesta terça-feira, a segunda maior produtora de minério de ferro do mundo disse que o período foi influenciado por um desempenho mais forte neste ano no complexo S11D, na região Norte, e melhores condições climáticas em Minas Gerais.

As vendas de finos de minério de ferro no trimestre somaram 45,86 milhões de toneladas, caindo 43,5% ante os três meses anteriores e 10,6% na comparação com o mesmo período de 2022. A comercialização de pelotas de minério de ferro foi de 8,1 milhões de toneladas, com recuo trimestral de 7,5% e alta anual de 16%.

A companhia disse que as vendas foram impactadas por restrições de embarque no sistema Norte durante o período chuvoso e pelo rebalanceamento da cadeia de suprimentos, após fortes vendas no quarto trimestre.

“A Vale espera compensar esse impacto no 2º semestre, mantendo seu plano anual de vendas inalterado”, escreveu a companhia no relatório.

Ela também manteve a meta de produção de minério de ferro em 2023, de entre 310 milhões e 320 milhões de toneladas.

METAIS BÁSICOS

A divisão de metais básicos da Vale, para a qual a companhia busca um sócio estratégico, viu a produção de cobre subir, enquanto as operações de níquel mostraram uma retração no desempenho.

A produção de cobre somou 67 mil toneladas no primeiro trimestre, alta sequencial de 1,1% e aumento de 18,4% ano a ano. A meta da empresa é produzir de 335 mil a 370 mil toneladas em 2023.

Em níquel, a Vale produziu 41 mil toneladas, com recuo de 13,5% ante o trimestre anterior e de 10,5% frente ao primeiro trimestre de 2022. A meta é atingir de 160 mil a 175 mil toneladas no ano.

A companhia disse que a divisão de cobre foi apoiada pelo melhor desempenho operacional em Sossego e pelo avanço das operações de Salobo III. Em níquel, a piora foi atribuída “à transição contínua da mina de Voisey’s Bay para operações subterrâneas e à manutenção programada ligeiramente maior na refinaria Matsusaka”.

Em termos de vendas, por outro lado, a Vale mostrou aumento de 2,8% ano a ano no níquel, para 40,1 mil toneladas, apesar de queda de 31,1% em base sequencial. No cobre, a comercialização somou 62,7 mil toneladas, com salto de 24,7% ano a ano, mas recuo de 12,4% na base sequencial.

PREÇOS

A companhia informou ainda que o preço realizado para finos de minério de ferro foi de US$108,6 por tonelada, com queda de US$32,8/t na comparação anual, enquanto para pelotas o valor caiu US$32,1/t em base anual, para US$162,5/t.

Os prêmios da commodity caíram US$7,0/t em um ano, para US$2,1/t, ,”em função da maior participação de produtos de alta sílica no mix de vendas, que, apesar das margens positivas, reduziram o prêmio médio”; além de menor participação de minério de ferro de Carajás e Brazilian Blen Fines no mix de vendas, devido às restrições no Terminal Ponta da Madeira, bom como e menores prêmios de mercado para pelotas, ressaltou.

O preço médio realizado de cobre foi US$ 9.465/t no trimestre, 13% menor ano ano, devido principalmente aos menores preços da Bolsa de Metais de Londres. Em níquel, o valor médio realizado foi US$ 25.260/t no trimestre, um aumento de 14% na comparação anual, principalmente, como resultado de maiores prêmios para produtos Classe I e o impacto positivo de operações de hedge.