São Paulo, 10/03/2025 – O banco americano JP Morgan elevou recomendação para ações brasileiras para “compra”, enquanto rebaixou a do México para “neutra”, citando um “cenário global que agora beneficia o Brasil” e uma desaceleração acentuada no crescimento mexicano, além das eleições no Brasil em 2026.
“É importante destacar que essa visão é uma mudança tática, e não estrutural, considerando que os problemas domésticos que nos levaram a rebaixar o Brasil antes (como o fiscal ruim) seguem muito vivos”, escreveram os analistas do JP Morgan, em relatório visto pelo Faria Lima Journal.
“Além disso, o México está mais exposto a tarifas do presidente americano, Donald Trump, que seguirão sendo um assunto chave; embora acreditemos que o final do jogo resultará em não mais que tarifas seletivas, pode levar um tempo até a resolução final”, acrescentou o JPM.
MOTIVOS PARA OTIMISMO
Entre os fatores que justificam a visão mais otimista para o Brasil agora estão o cenário internacional– “desde que os EUA não entrem em recessão”, a aproximação do fim do ciclo de alta na Selic, que “pode estar mais perto que era esperado”, e uma melhora na China que pode beneficiar emergentes como Brasil, segundo o JPM.
“Por último, mas não menos importante, as eleições de 2026 estão distantes, mas trazem um elemento de atratividade, embora o risco daqui até lá passe longe de ser negligenciável”, apontou o banco americano, somando-se a outros players de mercado que apostam potencial em rali eleitoral na bolsa brasileira.
O JPM, no entanto, segue com uma alocação de certa forma defensiva, tanto em Brasil quanto em México, e prefere se expor ao país com ações conhecidas como ´bond proxies´, mais do que exportadores. O banco também gosta de bancos incumbentes e empresas de serviços públicos como energia e saneamento (utilities).
A mudança do JPM para uma visão mais positiva em relação ao Brasil é a primeira após uma série de avaliações negativas do país por grandes bancos e casas de análise. Em novembro, o Morgan Stanley e o JPM haviam recomendado ´venda´ em Brasil, enquatno o HBSC rebaixou o país em janeiro.
(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)