Ibovespa abre em alta, mantendo viés positivo da véspera após ata do Copom

Vale e Petrobras são as principais contribuidoras para o índice; Gerdau e B3 as principais detratoras

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Por: Gabriel Ponte

O Ibovespa iniciou a sessão desta terça-feira em alta, procurando manter o viés positivo da véspera, quando renovou máxima de fechamento, após o Comitê de Política Monetária do Banco Central divulgar mais cedo ata de sua última decisão de juros, reforçando sinalização de que seguirá com cortes de 50 pontos-base dos juros nas próximas reuniões. 

Por volta das 14h20, o Ibovespa operava em alta de 0,26%, aos 131.420 pontos. No mesmo horário, o Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 subiam 0,45%, 0,35% e 0,32%, respectivamente. Já os rendimentos das Treasuries de dois anos operavam em queda de 1,3 ponto-base, a 4,444%, e os de dez anos caíam 4,2 pontos-base, a 3,914%. 

Entre os papéis que compõem o Ibovespa, as ordinárias da Vale (VALE3) e preferenciais da Petrobras (PETR4) eram as principais contribuidoras do índice, adicionando 92,54 e 53,03 pontos, respectivamente. Os papéis subiam 0,49% e 0,56%, na mesma ordem. 

Na ponta oposta, as ações preferenciais da Gerdau (GGBR4) e as ordinárias da B3 (B3SA3) eram as principais detratoras do Ibovespa, retirando 41,56 e 39,67 pontos do índice, respectivamente.

No cenário local, os operadores acompanharam a divulgação da ata da mais recente reunião do Copom pelo BC, que apontou que os membros do colegiado optaram por manter a comunicação recente, que já embute a “condicionalidade apropriada em um ambiente incerto”. 

Também no documento, o Copom apontou que a incorporação de cenários e variáveis exógenas, como a dinâmica fiscal ou o cenário externo, se dá por meio de seus impactos na dinâmica prospectiva de inflação, sem relação mecânica com a determinação da taxa de juros. 

Na visão do superintendente de pesquisa macroeconômica do Itaú, Fernando Gonçalves, o trecho apontado deixa claro que o cenário externo precisará afetar a inflação antes de ser considerado na definição da Selic. “Ao dizer que não há relação mecânica entre variáveis externas e o juro, o BC passa a mensagem implícita de que não necessariamente mudança em cenário externo vai implicar em mudança aqui, vai depender do câmbio.”

Nos mercados internacionais, os preços do petróleo operavam perto da estabilidade, depois de subirem quase 2% na véspera com o aumento da tensão no Mar Vermelho. Os investidores também acompanham a mais recente decisão de juros do Banco do Japão (BoJ), que manteve sua política monetária ultrafrouxa na madrugada desta terça-feira, sem realizar nenhuma orientação em seu “forward guidance”. O BoJ manteve a meta de juros de curto prazo em -0,1% e a meta para os yields dos títulos de dez anos em torno de 0%. 

Na véspera, a presidente do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daly, apontou que cortes de juros devem ser apropriados em 2024 dado uma melhora do cenário de inflação neste ano. Os investidores acompanharão novas falas de autoridades do Fed ao longo do dia. 

(GP | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)