Ibovespa sobe com Vale e em linha com exterior na expectativa pelo Payroll

Ibovespa encerrou com leve avanço de 0,31%, aos 126.009 pontos

UnSplash
UnSplash

Por: Luca Boni e Gabriel Ponte

O Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira em alta, em linha com o desempenho positivo dos índices acionários dos Estados Unidos, que foram beneficiados pelo rali de papéis de tecnologia. No cenário local, as ações da Vale foram as principais contribuidoras para o índice, após dados melhores do que o previsto para a balança comercial da China.

O Ibovespa encerrou com leve avanço de 0,31%, aos 126.009 pontos. A sessão teve volume de R$16,8 bilhões, abaixo da média de 50 pregões. 

Ainda que o índice tenha encerrado o dia em ligeira alta, o analista e co-fundador da Escola de Investimentos, Rodrigo Cohen, afirmou que os investidores operaram com maior cautela e seguem atentos aos dados de emprego do Payroll que serão divulgados amanhã nos EUA. “O mercado se segura no campo positivo com investidores antecipando cada vez mais o corte de juros por lá para março”.

No âmbito corporativo, o Ibovespa foi impulsionado pelo desempenho positivo de papéis que têm grande participação no principal índice de ações brasileiro. As ON da Vale (VALE3), as PN do Itaú (ITUB4) e as ON do Banco do Brasil (BBAS3)avançaram 0,32%, 0,99% e 1,62%, respectivamente.

As ações da Vale subiram em linha com os contratos futuros de minério de ferro, que tiveram fortes ganhos no mercado chinês, perto de 4%, após os dados da balança comercial chinesa superarem estimativas na leitura de novembro. De acordo com o órgão alfandegário do país, houve superávit comercial de US$68,4 bilhões em novembro, acima do consenso da Refinitiv, de US$58,0 bilhões. 

Em termos percentuais destaque para as ON do Grupo Soma (SOMA3), da Eztec (EZTC3) e da YDUQS (YDUQ3) que ganharam 5,68%, 5,44% e 4,75%, na sequência. 

Na ponta oposta, as ON da Engie (EGIE3), da Hypera (HYPE3) e da Cielo (CIEL3) recuaram 2,69%, 2,40% e 2,05%, na ordem. Os papéis da Sabesp (SBSP3) cederam, mesmo com o aval da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) para privatização da companhia, ontem à noite, “devido a uma realização de lucros após fortes altas em que o mercado já tinha precificado a aprovação”, afirmou Cohen, da Escola de Investimentos. 

BOLSA EUA

Os principais índices acionários de Wall Street encerraram em alta, favorecidos por um rali acionário que beneficiou as companhias ligadas à Inteligência Artificial, às vésperas da divulgação dos dados de geração de empregos dos Estados Unidos, conhecido como Payroll, que serão peça-chave para a trajetória de juros. por lá 

Os índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 avançaram 0,17%, 0,80% e 1,48%, respectivamente. Por volta das 18h00, os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois anos operavam estáveis, a 4,590%, e os de dez anos avançavam 4,0 pbs, a 4,146%. Os dados do Payroll serão reportados amanhã, às 10h30, com consenso apontando para criação líquida de 180 mil postos de trabalho em novembro. 

Até a sessão desta quinta, os rendimentos das Treasuries de dez anos contabilizam queda de 87 pontos-base ante as máximas em mais de 15 anos tocadas em outubro. Os rendimentos ensaiaram forte movimento de correção nas últimas semanas, sob expectativa de que o Fed lançará mão de um corte de juro já no início de 2024. Investidores, porém, aguardam os dados do Payroll para confirmar a tese. 

Nos mercados acionários, as ações da Alphabet, holding controladora do Google, avançaram 5,32%, a US$136,94, na maior valorização diária desde julho. Na véspera, a companhia lançou o Gemini, ferramenta de Inteligência Artificial generativa que competirá com o ChatGPT, da OpenAI. Também no segmento, os papéis da Nvidia e Amazon avançaram 2,40% e 1,63%, respectivamente. As ações são cotadas na Nasdaq. 

(LB+GP | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)