São Paulo, 19/9/2024 – As ações da Brava Energia despencavam nesta quinta-feira, após a companhia informar expectativa de que o campo offshore de Papa Terra retome produção em dezembro, diante de esperanças anteriores do mercado de que paralisação pudesse ser mais breve. Por volta de 14h10, BRAV3 caía 9,98%, a R$18,77, após tombar quase 13% na mínima da sessão.
A Brava, fruto da fusão entre 3R Petroleum e Enauta, interrompeu a operação de Papa Terra na noite de 4 de setembro, por solicitação da reguladora ANP, sem informar na ocasião detalhes do pedido ou cronograma estimado de retorno.
Na ocasião, analistas do BTG pontuaram acreditar que o problema pudesse ser resolvido “em breve”, enquanto Goldman Sachs avaliou que o incidente gera risco de baixa para as projeções de resultado do terceiro trimestre da Brava– Papa Terra tinha produção média estimada pelo banco em 22 mil boed neste mês de setembro.
“Para uma companhia que precisa aumentar sua produção para diluir custos e acelerar a desalavancagem, é provável que esta seja mais uma vez uma notícia indesejável para os investidores”, comentou o BTG quando da divulgação da interrupção do campo, embora acrescentando que não vê a questão como “estrutural”.
A Brava disse em comunicado hoje pela manhã que a ANP pediu esclarecimentos “sobre a quantidade de pessoas a bordo e sobre as atividades de manutenção” da plataforma de Papa Terra, ativo que pertencia à 3R.
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“Neste contexto, a companhia optou por avançar em itens de inspeção e manutenção que estavam previstos para os próximos meses, mantendo as unidades em parada programada, de modo a mazimizar a segurança operacional do ativo”, afirmou a Brava.
Em nota hoje, a XP avaliou a notícia como negativa. “Na nossa visão, o anúncio de um prazo é bem-vindo, uma vez que atenua alguma incerteza. No entanto, acreditamos que a parada é mais longa do que o mercado tinha inicialmente previsto. Além disso, acreditamos que o mercado continuará a avaliar o risco de atrasos adicionais”.
Na avaliação da XP, a retomada em Papa Terra e o início da produção do FPSO Atlanta “são os principais fatores de criação de valor e de crescimento da produção da Brava”, com o primeiro óleo de Atlanta previsto para entre final de outubro e novembro.
FREE FLOAT ALUGADO
De acordo com levantamento na Economatica nesta quinta, BRAV3 detém, hoje, o novo maior nível de free float alugado da B3, a 17,9%. A companhia também lidera o nível de free float alugado entre companhias do setor de petróleo e gás.
