São Paulo, 26/09/2024 – A Vale está avançando em operação para atrair um sócio majoritário para seus negócios de energia, e os finalistas na disputa são Casa dos Ventos, que tem a TotalEnergies como sócia, a gestora de investimentos GIP e a chinesa CTG, disseram à Mover três fontes próximas do assunto.
A mineradora pretende vender 70% das operações em geração renovável — que incluem a Aliança, que opera hidrelétricas e usinas eólicas, e o complexo solar Sol do Cerrado. O processo poderia ser fechado ainda em outubro, disseram as fontes, que pediram anonimato porque as informações não são públicas.
A ideia da Vale é vender o controle dos ativos de geração para reinvestir no negócio ‘core’, de mineração, mas garantindo o acesso à energia gerada pelos parques, ao manter uma fatia minoritária e um acordo no modelo de autoprodução, disse uma das fontes.
Além dos valores envolvidos — a Aliança é avaliada em R$6 bilhões, e Sol do Cerrado recebeu aportes de R$3 bilhões –, o negócio também chama a atenção pela participação da Casa dos Ventos no processo. Uma das líderes em energia eólica no Brasil, e pioneira no setor, a CdV está acelerando investimentos desde o aporte da TotalEnergies, e agora busca diversificar, até para hidrelétricas, segundo as fontes.
Já com esse interesse, a Casa dos Ventos chegou a avaliar a AES Brasil, que acabou adquirida pela Auren, disse uma das fontes. Agora, vê o investimento na Aliança como potencial início de uma parceria estratégica com a Vale na agenda de descarbonização da mineradora, além de forma de equilibrar a carteira de ativos com hidrelétricas, vistas como complementares às eólicas, explicaram as fontes.
Das outras interessadas, a GIP, Global Infrastructure Partners, é uma gestora global focada em ativos de infraestrutura recém-comprada pela americana BlackRock; e a CTG é uma das maiores geradoras do Brasil, além de gigante na China.
Procurada, a Vale apenas confirmou que tem comunicado ao mercado sobre a venda dos ativos de geração renovável, sem detalhar. Casa dos Ventos disse que “avalia todas as oportunidades do mercado de energia brasileiro”.GIP não comentou de imediato. A CTG não quis comentar.
A Aliança possui parque gerador com 1,29 gigawatt em capacidade, com duas hidrelétricas em Minas Gerais e usinas eólicas no Ceará e Rio Grande do Norte. A Cemig chegou a ter participação de 45% no ativo, vendida à Vale em março por R$2,7 bilhões.
(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)