Já atingimos o pico da inadimplência, diz CEO do Bradesco

Banco lucrou R$4,6 bilhões no 3º tri com a maior inadimplência entre os pares

Bradesco/Divulgação
Bradesco/Divulgação

Por: Bruno Andrade

“O Bradesco (BBDC4) já atingiu o pico de inadimplência”, disse o CEO do banco, Octavio Lazari, em entrevista coletiva para jornalistas nesta sexta-feira (10). A inadimplência subiu de forma geral em todos os bancos em meio à alta dos juros e da inflação nos anos anteriores.

No Bradesco, o indicador foi de 5,9% no segundo trimestre para 6,1% no terceiro trimestre. O número ficou muito acima da média dos pares, como Itaú e Santander com o índice em 3%, ou como no Banco do Brasil com a taxa em 2,81%.

Sem contar o efeito Americanas, o Bradesco teria uma queda na inadimplência, que iria de 5,7% para 5,6%. Durante a coletiva Lazari confirmou que a companhia terá uma queda na inadimplência de pequenas e médias empresas. “A baixa deve começar a partir do quarto trimestre”, comentou.

O CEO comentou que o Bradesco agora tende a operar em um nível mais elevado, mas que vai conceder crédito via cartão “respeitando o perfil de cada cliente”. 

Segundo Lazari, o foco dos próximos trimestres é melhorar a margem financeira com os clientes, enquanto o problema da margem financeira com o mercado já é “uma página virada”. Ainda assim, ele teme que a margem total feche abaixo do guidance, de alta entre 2% e 6%.

“Resolvemos a questão da margem com o mercado, que tende a evoluir no quarto trimestre e em 2024. Agora, o que temos que trabalhar é na melhoria na margem com clientes”, disse o executivo.

Em relação às Americanas, Lazari afirmou que as negociações caminharam muito bem nos últimos 40 dias e que eles pretendem fechar o acordo sobre a recuperação judicial da varejista ainda este ano. “Ainda temos uma parte da dívida para provisionar, mas estamos otimistas em assinar o fechamento de um acordo até o fim de 2023”, explicou.

O Bradesco acabou acionando a justiça contra a Americanas para uma produção antecipada de provas, mas acabou suspendendo a ação após chegar a um acordo com a varejista.

Ontem, o segundo maior banco privado do Brasil reportou lucro líquido recorrente de R$4,62 bilhões no terceiro trimestre, em linha com o TC Consenso de R$4,60 bilhões, com a rentabilidade sobre o patrimônio, ROE, de 11,3%, aumentando 0,2 ponto percentual frente ao trimestre anterior, e também em linha com TC Consenso. Por volta das 13h02min, as ações do Bradesco recuavam 1,77%, a R$14,99.