Executivo nega rumores sobre fechamento de capital

Neoenergia não tem relação com aumento de capital da Iberdrola, diz CEO

Executivos da Neoenergia comemoram IPO da companhia
Executivos da Neoenergia comemoram IPO da companhia | Neoenergia

São Paulo, 23/07/2025 – Um aumento de capital da elétrica espanhola Iberdrola concluído hoje, no valor de 5 bilhões de euros, não está relacionado com as operações da empresa no Brasil, onde ela controla a Neoenergia, disse hoje o CEO da companhia local, Eduardo Capelastegui.

A captação da Iberdrola levantou especulações no mercado de que o movimento poderia ser em preparação para um possível fechamento de capital da Neoenergia, especulado há tempos no mercado e na imprensa, segundo reportagem do BrazilJournal.

Em comunicado oficial sobre a transação, a Iberdrola disse que o objetivo é “financiar o plano de investimentos em redes elétricas nos Estados Unidos e no Reino Unido”, o que foi reforçado pelo CEO da Neoenergia, questionado sobre o assunto em teleconferência com investidores hoje pela manhã, após divulgação de resultados.

“A ampliação de capital da Iberdrola não tem a ver com o Brasil e não impactará nossos planos”, disse Capelastegui. “A Iberdrola explicou muito bem que está fazendo para aumento de investimentos nos EUA e Reino Unido”.

“No caso de Brasil e Neoenergia, nosso plano de investimento continua inalterado”, acrescentou o CEO da operação brasileira.

FOCO EM DISTRIBUIÇÃO

A Neoenergia deverá entregar ainda neste ano os últimos quatro projetos de transmissão de energia em andamento, e a partir de então passará a focar investimentos orgânicos em suas concessionárias de distribuição.

A empresa não deve participar do próximo leilão de novos projetos de transmissão, no segundo semestre, e aportes em geração em renovável também estão em suspenso, devido aos desafios desse mercado, que sofre com preços baixos de energia e cortes de geração de usinas eólicas e solares, causados por limitações de demanda e da rede elétrica.

“Crescimento em geração renovável hoje é complexo. Temos pipeline (carteira de projetos) interessante, mas vamos esperar”, disse Capelastegui.

Com isso, a companhia espera reduzir gradualmente a relação entre endividamento líquido e geração operacional de caixa (EBITDA), que encerrou o segundo trimestre em 3,46x, de 3,49x no trimestre anterior.

“Começamos essa curva de desalavancagem“, disse o CEO, projetando indicador entre 3,2x e 3,3x no final deste ano e perto de 3x em 2026, uma trajetória que poderá ser acelerada a depender de desinvestimentos.

Nesse cenário, com a entrada de novos ativos em operação e redução do índice de alavancagem, a Neoenergia deverá começar a gerar bastante caixa, e precisará discutir se pretende usar os recursos para ampliar investimentos ou mais dividendos, disse o CEO.

“Consideramos que a partir de 2026 teremos que começar a fazer esse tipo de propostas ao conselho”, afirmou, ao ser questionado sobre proventos por um investidor.

(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)