Previsto para 27 de junho

Governo agenda leilão de energia para junho; Eletrobras, Copel, Eneva e Petrobras avaliam participar

Governo agenda leilão de energia para junho; Eletrobras, Copel, Eneva e Petrobras avaliam participar

São Paulo, 2/1/2025 – O governo federal agendou para 27 de junho um leilão de reserva de capacidade de energia, que contratará termelétricas e projetos de expansão de hidrelétricas para atendimento à demanda do sistema em horários de pico de consumo, segundo portaria publicada pelo Ministério de Minas e Energia no Diário Oficial da União desta quinta-feira.

O certame, muito aguardado por empresas e investidores do setor de energia, chegou a ser previsto para ocorrer ainda para 2024, mas foi sendo postergado devido à falta de definição sobre as regras. Empresas como Eletrobras, Engie e Copel sinalizaram interesse em participar com projetos de ampliação de capacidade em suas usinas hídricas, enquanto Petrobras e Eneva falam em disputar com projetos termelétricos a gás.

Os vencedores da licitação assinarão contratos com prazo de suprimento de sete anos e 15 anos no caso das termelétricas, e de 15 anos para as hidrelétricas.

Os projetos termelétricos vencedores do leilão deverão iniciar operação em setembro de 2025, ou no mês de julho de 2026, 2027, 2028, 2029 e 2030, de acordo com o tipo de contrato fechado. Já os projetos hídricos terão início de suprimento em julho de 2030.

Empresas como Petrobras e Eneva deverão entrar no leilão em busca de novos contratos para usinas térmicas já em operação, visando assegurar receitas fixas para os ativos, e também com novos projetos, e são vistas como favoritas por terem acesso a gás, disse uma fonte– as regras do certame exigem comprovação de disponibilidade de combustível.

Espera-se também participação da Ambar, empresa de energia do grupo J&F, dos irmãos Batista, controladores da JBS, acrescentou a fonte– a empresa tem mostrado forte apetite por novos investimentos nos últimos anos.

Já Eletrobras, Copel e Engie pretendem inscrever projetos de expansão de hidrelétricas já em operação, que preveem instalação de novas turbinas, aproveitando espaços “vazios” deixados para aproveitamento futuro quando da construção de suas usinas no passado, o que deve permitir a elas serem competitivas na disputa, segundo uma fonte.

A Eletrobras tem “poços vazios” para expansão em usinas da Chesf, como Xingó e Itaparica, enquanto a Copel pode fazer o mesmo em sua maior usina, Foz do Areia, e a Engie pode aproveitar as usinas Salto Santiago e Jaguara. 

Também há espaço para expansão em usinas da Cemig, caso de Três Marias, da Auren, com Porto Primavera, e da chinesa SPIC, com a usina de Miranda, que antes pertencia à Cemig, segundo estudo da estatal Empresa de Pesquisa Energética.

A realização de leilões como esse, de reserva de capacidade, foi recomendada ao governo pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que vê riscos para o atendimento à demanda por potência nos momentos de pico de demanda já a partir de outubro deste ano caso nada seja feito de acordo com análise em relatório conhecido como Plano da Operação Energética.