Aquisição da AES Brasil pesa no balanço

Auren aprova novo projeto eólico; prevê normalizar alavancagem em até 3,5 anos

Auren aprova novo projeto eólico; prevê normalizar alavancagem em até 3,5 anos
Auren

São Paulo, 25/02/2025 – A geradora renovável Auren Energia aprovou investimento em um novo parque eólico, orçado em R$750 milhões, mesmo com nível de endividamento pressionado após a aquisição da AES Brasil, disseram executivos da companhia em teleconferência hoje.

A alavancagem da Auren encerrou 2024 em 5,7x, de 3,4x no fim de 2023, e a decisão de construir Cajuína 3 “impacta” o indicador, “mas, dado o tamanho da companhia, não é algo relevante hoje”, disse o diretor financeiro, Mateus Ferreira.

“O objetivo é voltar (a alavancagem) para ao redor de 3x, de 3,5x, em três, quatro anos”, acrescentou o CFO, ao lembrar que a compra da AES Brasil trouxe ativos que vão gerar receita adicional importante para ajudar nesse esforço.

O CEO da Auren, Fábio Zanfelice, disse que a decisão de investir em Cajuína 3, um projeto originalmente da AES Brasil, já constava do plano de negócios da aquisição.

“Tinha dois projetos passíveis de construir, Cajuína 3 e Tucano 2. Cajuína se mostrou muito interessante do ponto de vista de retorno. Tem toda a estrutura de conexão já ponta e o fator de capacidade é um dos melhores do setor elétrico, de 62,4%, isso já recerficicado por nós”, afirmou.

Ele destacou também que a Auren tem conseguido aproveitar mais sinergias com a AES do que esperado. Hoje, a empresa espera até R$250 mi em sinergias, ante guidance de R$120 milhões anunciado com a fusão.

LEILÃO TAMBÉM
Zanfelice disse que o foco de qualquer geração adicional de caixa da Auren será usada para pré-pagar dívidas para reduzir a alavancagem, mas não descartou participação da empresa em leilão que o governo realizará em junho, para contratar reserva de capacidade de energia.

A Auren tem espaços vazios para colocar novas máquinas na hidrelétrica Porto Primavera, e poderia viabilizar esse investimento no leilão, disse o CEO. “Está dentro dos planos da companhia, a faremos se o retorno fizer sentido”.

AÇÃO PRESSIONADA
Os resultados da Auren no primeiro balanços após a compra da AES Brasil vieram abaixo das estimativas, disseram analistas do BTG, que mantiveram recomendação de ´compra´ para os papeís, mas alertaram para cautela no curto prazo devido ao endividamento.

“O índice de alavancagem de 5,7x Dívida Líquida/EBITDA e o patamar elevado das taxas de juros de longo prazo têm pressionado as ações da Auren. Esperamos que o papel continue altamente correlacionado com as condições financeiras do país no curto prazo. No entanto, os fundamentos microeconômicos devem prevalecer no longo prazo”, escreveu o time do banco.