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Raízen negocia venda de 40 projetos de geração solar distribuída

Raízen negocia venda de 40 projetos de geração solar distribuída

São Paulo, 8/10/2024 – A Raízen, dos grupos Cosan e Shell, está em conversas avançadas para vender um conjunto de 40 projetos de geração solar distribuída espalhados pelo Brasil, em operação que deve apoiar esforços de desalavancagem, disseram duas fontes à Mover.

A transação da Raízen deve ser fechada com a Brasol, empresa de soluções em energia solar e venda de energia como serviço que pertence à alemã Siemens e à CFP, iniciativa de financiamento climático liderada pela gestora americana BlackRock, segundo as fontes, que pediram anonimato.

As fontes não informaram o valor da potencial transação. A Raízen colocou à venda projetos que somam 157 megawatts-pico em capacidade instalada, dos quais três estão operacionais, esses em São Paulo, disse uma das fontes.

Em abril, a Raízen assinou operação similar, para venda de 31 projetos de geração solar distribuída, no total de 115 MWp, para a Élis Energia, do Pátria Investimentos, por até R$700 milhões a serem pagos até a conclusão dos empreendimentos.

Procurada, a Raízen não respondeu de imediato a pedidos de comentário. Não foi possível contato com representantes da Brasol.

RECICLAGEM

Em teleconferência recente, o CEO da Raízen, Ricardo Mussa, disse que a empresa buscava reciclar alguns ativos em geração de energia para gerar caixa e desalavancar, em meio a intensos investimentos em curso em projetos de etanol de segunda geração.

No final do primeiro trimestre da temporada 2024/25, encerrado em junho, a Raízen divulgou alavancagem de 2,3x sob métrica dívida/EBITDA, com compromisso de levar o indicador para abaixo de 1,8x ao fim do ano-safra.

As medidas da Raízen em busca de desalavancagem fazem parte de movimento da Cosan como um todo para lidar com o endividamento em meio à atual perspectiva de juros elevados por mais tempo no Brasil. Em setembro, a Bloomberg publicou que a Raízen estudaria vender ativos de distribuição de combustíveis da operação na Argentina – o que a empresa negou – e que a Cosan pode avaliar a venda de sua participação na Vale.

Após a notícia da BBG, a Cosan afirmou que avalia constantemente a carteira de ativos, citando compromisso com alocação de capital em meio a um cenário de juro alto, mas negou qualquer decisão sobre venda de participação na Vale.