Produção frustra consenso com queda de 0,6% em abril com tombo em bens de capital

Na comparação anual, a produção teve contração de 2,7% em abril

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Por: Patricia Lara

O setor industrial brasileiro apresentou queda mais acentuada do que a esperada em abril, sem que o avanço do mês anterior se prolongasse. O setor de produção de alimentos foi o que mais pressionou o dado ao estender a queda pelo quarto mês seguido. A produção de bens de capital teve tombo de dois dígitos.

Segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor industrial apresentou variação negativa de 0,6% em abril, ante março, ante o consenso que previa queda de 0,2%. O IBGE revisou a expansão de março para 1%, ante o dado originalmente divulgado de 1,1%.

Na comparação anual, a produção teve contração de 2,7% em abril, ante expectativa de recuo de 1,1%.

Em abril, as principais influências negativas vieram de produtos alimentícios, com queda de 3,2%. O setor estendeu a queda para o quarto mês seguido, período no qual acumulou uma perda de 7,3%.

“Antes dessa sequência de quedas o setor apresentou resultados positivos por três meses seguidos, gerando um ganho acumulado de 20,2%. Portanto, ainda é um saldo positivo. Em abril houve grande influência negativa por parte da produção de açúcar. Isso teve relação direta com um maior volume de chuvas, especialmente na segunda quinzena do mês, nas regiões produtoras de cana-de-açúcar da região Centro-Sul do país”, explicou o analisa da pesquisa, André Macedo. Por outro lado, a retomada do crescimento de carnes de bovinos, após ser afetada pelas restrições de exportação para a China, atenuou a queda do setor, segundo o IBGE.

Outras influências negativas de destaque vieram de máquinas e equipamentos (-9,9%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,6%), segundo o IBGE. 

A categoria de bens de capital, que reúne os equipamentos, instalações, bens ou serviços necessários para a produção de outros bens ou serviços, registrou queda de dois dígitos, com recuo de 11,5% ante março. A produção de bens de consumo duráveis teve queda de 6,9%.