Ibovespa ultrapassa os 118 mil pontos e ensaia 'bull market'

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Por Luca Boni e Fabricio Julião

O Ibovespa acelerava os ganhos, ultrapassando o patamar dos 118 mil pontos pela primeira vez desde novembro do ano passado, caminhando para concretizar o “bull market” ou mercado de alta, tendo avançado mais de 20% desde as mínimas registradas em março. E mais um dia de agenda fraca no cenário local, a atenção dos investidores está voltada para a reunião do FOMC nos EUA. As ações da Petrobras e da Vale impulsionavam o índice, em dia positivo para as commodities.

Por volta das 12h30, o Ibovespa operava em alta de 1,50%, aos 118.490 pontos. O volume de negócios projetado para hoje é de R$21,3 bilhões, acima da média de 50 pregões.

As ON da Vale, da CSN e as PN Gerdau subiam 2,15%, 2,86% e 3,26%, respectivamente. O contrato do minério de ferro subiu 1,51% na bolsa chinesa de Dalian na madrugada. O Índice de Materiais Básicos avançava 2,13% e liderava a alta entre os índices da B3.

As ON e PN da Petrobras ganhavam 3,56% e 3,12%, ambas operando nas máximas históricas. O contrato futuro do petróleo Brent apagava os ganhos da manhã e operava estável, a US$74,32 por barril, após a divulgação dos dados de estoques EIA de petróleo nos EUA, que vieram bem acima do consenso.

Divulgado mais cedo, o volume do comércio varejista no Brasil subiu 0,1% em abril, na base mensal, abaixo do consenso de alta de 0,3%. No comparativo anual em abril, as vendas no varejo avançaram 0,5%, ante consenso de 1,0%. O índice de Consumo da B3 avançava 1,24%.

As ON da Gol, da Hapvida e da Azul subiam 10,40%, 6,80% e 6,32%, na mesma ordem, figurando entre as maiores altas percentuais do índice.

Em uma manhã majoritariamente positiva para o mercado acionário, apenas nove dos 86 ativos que compõem o Ibovespa recuavam. Os destaques negativos eram as ON da Lojas Renner, da SLC Agrícola e as Units do Santander, que caíam 1,58%, 1,02% e 0,86%, na sequência.

A sessão de hoje também é marcada pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa, o que pode trazer volatilidade para o mercado.

Exterior

Em Wall Street, os principais índices acionários operavam sem direção definida, com investidores aguardando a divulgação da decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) e o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, nesta tarde. Dados de inflação abaixo do consenso nos Estados Unidos também colaboram com a expectativa de freio na alta dos juros americanos.

Perto das 12h30, o S&P500 e o Nasdaq 100 avançavam 0,42% e 0,56%, respectivamente, enquanto o Dow Jones recuava 0,25%. No mesmo horário, os títulos do Tesouro americano de dez anos recuavam 3,9 pbs, a 3,780%, e os de dois anos 5,4 pbs, a 4,616%.

O FOMC divulgará o rumo das taxas de juros americana às 15h00. As apostas são majoritárias para a manutenção das Fed Funds no intervalo de 5,00% a 5,25% ao ano, segundo derivativos negociados na Chicago Exchange Mercantile. No entanto, crescem as expectativas para mais aumentos residuais na taxa de juros americana até o fim do ano.

Após a divulgação da decisão, investidores vão ficar atentos à coletiva de imprensa de Powell, às 15h30, onde ele poderá fornecer informações sobre o estado da economia americana, já que o Fed também divulgará as projeções para os principais indicadores do país no relatório “Dot-Plot”.

Mais cedo, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA mostrou deflação de 0,3% em maio ante abril, maior que o esperado pelo mercado, de recuo de 0,1%. O resultado do PPI contribui para o cenário de afrouxamento do aperto monetário no país.