Dólar cai e curva de juros inclina de olho em inflação nos EUA e em falas de Campos Neto

Confira o fechamento da moeda norte-americana e dos juros nesta quinta (10)

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Por Fabricio Julião e Juliana Machado

O dólar fechou em queda ante o real nesta quinta-feira (10), após a inflação ao consumidor nos Estados Unidos endossar a leitura de que há espaço para uma política monetária mais flexível no país. Já a curva de juros inclinou, com as taxas de contratos de juros futuros curtos caindo e longos subindo. Agentes financeiros digeriam também as falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Ao fim da sessão, o dólar à vista caiu 0,45%, a R$4,8842, após um desempenho misto na sessão de hoje. Em uma cesta de 22 moedas acompanhada pela Mover, o dólar cedia frente a 10. O real tinha o segundo melhor desempenho, atrás apenas do florim húngaro. O Índice DXY subia 0,17%, aos 102,65 pontos. 

Pela manhã, o Departamento do Trabalho dos EUA divulgou que o índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) de julho teve alta de 0,2% no mês, em linha com o consenso. O dado reforça o comportamento controlado da inflação, contribuindo com a hipótese de pausa no ciclo de aperto monetário pelo Federal Reserve.

Nesse cenário, o diferencial de juros entre Brasil e EUA não diminuiria mais pelo lado americano, o que mantém certa atratividade por aqui. Se o cenário for confirmado, a tendência é que o fluxo de capital continue favorável para o mercado brasileiro, onde as taxas ainda são altas. 

Os dados de inflação nos EUA colaboraram também para a queda das taxas dos juros futuros de vencimento mais curto. Os vértices da ponta longa, por outro lado, subiram após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarar em audiência no Senado Federal que os preços no setor de serviços no Brasil seguem resistentes e ainda preocupam.

O mercado de DIs aguarda também as informações da inflação no Brasil, amanhã. Os vencimentos em jan/24 e jan/25 recuaram 2,9 pontos-base e 5,1 pbs, respectivamente, a 12,43% e 10,39%. Já o vértice para jan/28 subiu 0,9 pbs, a 10,32%, enquanto o jan/29 encerrou em alta de 1,5 pbs, a 10,54%.