DIs sobem com exterior e falas de Campos Neto; dólar recua de olho na China

Confira o fechamento da moeda norte-americana e dos juros nesta quinta (17)

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Por Fabricio Julião

As taxas de contratos dos juros futuros fecharam em alta nesta quinta-feira (17), em linha com os avanços dos rendimentos das Treasuries nos Estados Unidos. O dólar oscilou na sessão e encerrou em leve baixa, em dia de depreciação da moeda americana no mundo. 

Os DIs com vencimentos em jan/24 permaneceram estáveis, a 12,44%, enquanto os para Jan/25 subiram 1,0 ponto-base, a 10,54%. Os vértices para jan/27 e jan/31 avançaram 12,0 pbs, ambos, a 10,35% e 11,19%, respectivamente. 

A curva dos DIs subiu impulsionada pelas expectativas de novas altas de juros nos EUA pelo Federal Reserve. Hoje, os pedidos de seguro-desemprego semanais atingiram 239 mil, levemente abaixo das 240 mil solicitações de auxílios projetadas pelo mercado. O dado mostra que o mercado de trabalho americano segue resiliente e dá margem para aumentos residuais na taxa de juros por lá neste ano. 

Em meio à possibilidade de continuidade do aperto monetário, o rendimento dos títulos do Tesouro americano de dez anos chegou a subir mais de 7,0 pbs ao longo da sessão – o maior patamar em 10 meses. 

Os vértices acentuaram o movimento de alta à tarde, após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizar que não deve acelerar o ritmo do ciclo de cortes da Selic. Segundo ele, “a barra é alta” para alterar o processo de reduções de 50 pontos-base na taxa básica de juros. 

No exterior, a atenção dos investidores segue voltada à China. Mais cedo, o Morgan Stanley cortou a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 5% para 4,7%, um dia após o primeiro-ministro, Li Qiang, afirmar que pretende atingir as metas de crescimento. O banco central chinês disse que sua política monetária deve ser “precisa e contundente” para sustentar a recuperação econômica do país. 

As expectativas por novas medidas de estímulo à economia chinesa colaboraram para o arrefecimento parcial da aversão ao risco que predominou nas sessões anteriores. Isso levou o dólar a perder terreno diante da maior parte de seus pares nesta quinta-feira, em ajuste às altas recentes. 

Ao fim da sessão, o dólar à vista caiu 0,11% ante o real, a R$4,9817. 

Em uma cesta de 22 divisas acompanhada pela Mover, a moeda americana depreciava frente a 14, por volta das 17h. O Índice DXY recuava 0,03% no mesmo horário, aos 103.420 pontos.