Secretário de Trump diz ser ´realista climático´ e acusa renováveis de encarecer energia

São Paulo, 11/03/2025 – O secretário de Energia do governo de Donald Trump nos Estados Unidos, Chris Wright, fez forte defesa dos combustíveis fósseis durante evento do setor em Houston, no Texas. Em seu discurso, ele alegou que fontes renováveis não são suficientes e aumentam custos para os cidadãos, com duras críticas às políticas energéticas do ex-presidente Joe Biden.

“Energia eólica e solar, as queridinhas da última administração, e de boa parte do mundo hoje, respondem por cerca de 3% da energia primária global… em todo lugar em que a penetração de eólica e solar aumentou significativamente, os preços de energia subiram e a estabilidade da rede diminuiu”, disse Whrigt, ontem, na 43ª edição da CERAWeek, promovida pela S&P Global.

Trump foi eleito usando o bordão “drill baby, brill”´, um apelo para petroleiras ampliarem produção, com promessas de incentivos ao setor para baixar custos de energia. Embora a produção de petróleo dos EUA tenha na prática batido recorde sob Biden, acima dos 13 milhões de barris por dia, o ex-presidente colocou como uma de suas principais bandeiras um chamado “Green New Deal”, de incentivos a energia verde.

“A gestão Trump vai tratar a ameaça da mudança climática como ela é, um fenômeno físico global que é um efeito colateral do mundo moderno”, disse Wright, em discurso diante de uma plateia de importantes executivos, especialistas e investidores do petróleo que pode se tornar histórico, ao evidenciar a reviravolta que pode estar por vir nas políticas de energia e clima da maior potência global.

TRADE-OFF
“Na verdade, nós elevamos a concentração global de CO2 em 50% no processo de mais que dobrar a expectativa de vida humana, melhorando a vida de milhões, tirando quase todos cidadãos do mundo de uma pobreza esmagadora, lançando a medicina moderna, telecomunicações, aviões, trens e carros também. Tudo na vida envolve trocas (trade-offs), tudo”, afirmou Wright.

O secretário prometeu que Trump encerrará “políticas irracionais e quase religiosas” sobre mudança climática de Biden, que segundo ele obrigam os cidadãos a enfrentar “sacrifícios sem fim”.

“Calculando quais teriam sido os benefícios dessas políticas, talvez tenham rendido só algumas frações de redução nas temperaturas globais em 2100. O governo Trump pretende ser muito mais cientítico e matemático nisso. As políticas do governo anterior vinham empobrecendo nossos cidadãos, eram desrutivas para a economia de nososs negócios e politicamente polarizadoras”, acrescentou Wright.

Para ele, “a cura era de longe mais destrutiva que a doença” da mudança climática. “Precisamos de mais energia. Muito mais energia. Isso deveria ser óbvio”, afirmou, ao lembrar que 2 bilhões de pessoas ainda usam lenha para esquentar comida, o que gera poluição e mata 2 milhões de pessoas por ano no mundo.

“Onde está a conferência COP diante desse desafio global muito mais urgente?”, questionou Wright, às vésperas da COP 30 no Brasil, agengada para novembro deste ano no Pará.