Por Bruno Andrade
O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), disse em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira que o governo deve acionar a Petrobras (PETR4) para cobrar uma redução no preço dos combustíveis, o que segundo ele apoiaria o combate à inflação.
Silveira avalia haver espaço para a estatal cortar os valores do diesel entre R$0,32 e R$0,42 e os da gasolina entre R$0,10 e R$0,12 por litro, o que representaria reduções de até 10,37% e 4,27%, respectivamente.
Após a entrevista, o ministro postou no X, ex-Twitter, que “está na hora de puxar a orelha da Petrobras”.
“É importante, respeitando a governança da Petrobras, respeitando a sua natureza jurídica. Mas já está na hora de puxarmos a orelha de novo da Petrobras, para que ela volte à mesa e possa colocar com clareza”, escreveu Silveira em seu perfil.
Em entrevista à GloboNews, o ministro comentou que o último aumento da Petrobras foi em 30 dias e que, desde então, o valor do barril da commodity, que influencia os preços, recuou no mercado internacional.
“O Brent naquele momento era em torno de US$92, o preço do dólar era estável como está hoje. Agora, o brent reduziu muito, estamos em torno de US$78. Portanto, eu já esperava uma manifestação da Petrobras no sentido de reduzir preços. Em especial, do óleo diesel, que impacta diretamente a inflação porque é o grande condutor, o grande impulsionador da economia é o transporte”, disse Silveira.
Por volta das 09h58min, o contrato futuro do barril do petróleo Brent com vencimento para janeiro era negociado a US$78,54, menor nível desde 17 de julho, quando a commodity encerrou aquele pregão cotada a US$78,50.
Desde o último reajuste da Petrobras, que foi feito em 19 de outubro, o petróleo já caiu 15% no mercado internacional. Segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a Petrobras teria em tese espaço para reduzir a gasolina em R$0,16 centavos por litro, enquanto o valor do diesel pode ser reduzido em R$0,19 por litro, ainda mantendo valores alinhados ao mercado externo.
Durante a entrevista, Silveira comentou que já entrou em contato com a Casa Civil para solicitar que a petroleira volte à mesa de negociação. “É possível fazer a redução sem nenhum prejuízo à Petrobras. A queda contribui para a meta inflacionária, hoje em 4,75%, e para redução dos juros”, destacou.