The Town: o pior festival pós-pandemia?

Amado por uns, odiados por outros. Confira as polêmicas do "Rock in Rio" de SP

Ariel Martini/The Town
Ariel Martini/The Town

Por Giovanna Tegani*

Nos últimos dias, a cidade de São Paulo teve suas estruturas balançadas com a chegada do festival estreante The Town. Com headliners de peso e a promessa de movimentar em torno de R$ 1,7 bilhão na economia paulista, o festival colecionou reclamações nas redes sociais. Mas, calma! Entendamos do que se tratam as reclamações e se podem causar danos financeiros aos produtores do evento.

Após a pandemia de COVID-19, o público de shows musicais estava sedento para poder voltar a prestigiar seus ídolos, dando partida a uma sequência de festivais com artistas que havia anos não se apresentavam no Brasil, ou sequer haviam estado no país. Abriu-se uma oportunidade, e quem a aproveitou foi a organização do evento Rock in Rio, mostrando-se disposta a transformar São Paulo na capital mundial da música. 

Com essa proposta nada modesta, surgiu o The Town, apelidado carinhosamente como “irmão mais novo do Rock in Rio”, e já na sua programação de apresentações despertou reclamações da audiência, quando optou por repetir um headliner em dias diferentes de apresentações. Apesar de ter os shows muito elogiados pelo público, Bruno Mars marcou presença em dois dias do festival como atração principal, o que não é muito comum nessa espécie de evento.   

Com a chegada da data, as reclamações choveram mais do que a tempestade que rolou no primeiro dia do evento. A estrutura não suportou o volume de chuvas e enxurradas de água molharam o público, que encontrava poucos espaços cobertos para se abrigar. 

As filas foram destaque de reclamações. Com dificuldade de escanear o próprio QR Code do ingresso, os colaboradores do The Town não conseguiram adiantar as filas e causaram atrasos relatados de até quatro horas para a entrada no evento, e com isso, muitas pessoas perderam shows que estavam ansiosas para acompanhar. E, uma vez dentro do espaço, as opções de alimentação colecionaram críticas, e a agilidade no atendimento deixou a desejar.

Fonte: Site Reclame Aqui

Outro ponto amplamente criticado foi a acessibilidade do evento. Com a visibilidade dos palcos comprometidas e poucos espaços adaptados, as pessoas com deficiência não conseguiram aproveitar toda a experiência do festival. E os problemas se estenderam também às gestantes e a pessoas com outras necessidades especiais, que não foram adequadamente atendidas pela organização.

Fonte: Site Reclame Aqui

Essas reclamações não são novidade em festivais do gênero, e as organizações continuam sem preparo para solucioná-la…. Também foram notados problemas com a falta de segurança, com diversos relatos de roubo de celulares e carteiras, sem o apoio das equipes presentes. 

E, como se não fosse suficiente, o festival teve problemas com insumos básicos, como água para o público. E as reclamações foram pesadas quanto à posição dos palcos, que prejudicava a visibilidade tanto das atrações quanto dos telões de transmissão. Há relatos de pessoas que ficaram muito frustradas ao não conseguirem “ver nada”.

Problemas técnicos também foram sensíveis ao público. Questões com o som e a luz prejudicaram a experiência em algumas apresentações.

Apesar dos desgastes relatados pelos presentes, o Festival The Town possui apenas 401 reclamações no site Reclame Aqui até o presente momento, e sinaliza que teremos outras edições do evento na cidade, logo: apesar dos pesares, sucesso!

Os valores oficiais movimentados com o evento ainda não foram divulgados, entretanto, estima-se que estiveram presentes mais de 100 mil pessoas em cada dia do festival. 

Você foi ao The Town? Teve algum problema com o evento?

*As opiniões dos colunistas do FLJ não refletem a posição do veículo.