“Não existe subsídio ao leite argentino”, diz ministro

Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, negou que o governo esteja “subsidiando” as importações de leite argentino

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Por: Márcio Aith

Em entrevista exclusiva ao FLJ, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, negou que o governo esteja “subsidiando” as importações de leite argentino em detrimento dos interesses dos produtores brasileiros.

“Não existe subsídio do governo brasileiro ao setor leiteiro argentino”, disse ele. “Tanto é que o presidente Lula baixou um decreto criando incentivos tributários para compra de leite nacional, in natura”.

No último ano, os produtores nacionais têm acusado o governo brasileiro de ignorar um fenômeno por meio do qual a Argentina, enfrentando um câmbio deteriorado e preços baixos do leite em todo o mundo, “despejou” o produto no mercado brasileiro. Um decreto do governo argentino subsidiou a produção do leite local, tornando-a mais competitiva que o brasileiro.

As importações da Argentina cresceram  de U$10 milhões em abril de 2022 para US$ 50 milhões em agosto de 2023. O efeito sobre os produtores locais, incapazes de competir com o leite vindo da Argentina, tem sido “devastador”, nas palavras de Roberto Jank Junior, vice-presidente da Abraleite e um dos maiores produtores de leite do País.

Importação de leite da Argentina, em milhares de dólares

O Brasil importava 2,5% a 3,5% do leite sobre a produção total. Agora, importa mais de 10%. Jank não crê que a saída seja impor tarifas mais altas, mas, sim, a imposição de cotas. “Isso já foi feito no passado, com eficiência”.  No setor, há também a teoria de que o presidente Lula deixou de agir oferecendo benesses  diplomáticas e até interferir nas eleições argentinas, em favor de Sergio Massa, peronista, atual ministro da economia do país, ameaçado por um desempenho terrível da economia.