Petrobras corta preços da gasolina e diesel para compensar tributos

O preço médio de venda de gasolina A da estatal passará de R$3,31 para R$3,18 por litro

Agência Brasil
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Por Arthur Horta, Stephanie Rigamontti e Simone Kafruni

A Petrobras anunciou hoje uma redução de preços da gasolina e do diesel para distribuidoras, com validade a partir de amanhã, segundo nota enviada à imprensa na tarde desta terça-feira. A medida vem na esteira da possível oneração.

O preço médio de venda de gasolina A da estatal passará de R$3,31 para R$3,18 por litro, uma redução de R$0,13, ou 3,9%. Já o preço médio de venda do diesel A passará de R$4,10 para R$4,02 por litro, uma redução de R$0,08, equivalente a 1,95%, em reajustes anunciados em momento em que o governo busca aliviar impactos da decisão anunciada pelo Ministério da Fazenda de retomar gradualmente impostos federais sobre combustíveis.

“Essas reduções têm como principal balizador a busca pelo equilíbrio dos preços da Petrobras aos mercados nacional e internacional, através de uma convergência gradual, contemplando as principais alternativas de suprimento dos nossos clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos”, disse a petroleira.

Ontem, o ministro da Economia, Fernando Haddad, sinalizou que a Petrobras poderia reduzir preços, aproveitando um “colchão” em sua política que acompanha cotações internacionais, devido à baixa do petróleo no exterior.

Mais cedo nesta terça-feira, a Associação Brasileira Importadores de Combustíveis, Abicom, estimou que os valores praticados pela Petrobras para a gasolina em suas refinarias estavam 6% acima das cotações internacionais, enquanto o diesel era vendido sem ágio.

Em nota à imprensa, a Petrobras explicou ainda que busca evitar o repasse da volatilidade da taxa de câmbio, “ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”, acrescentou.

Mais cedo, Haddad informou que ainda há detalhes a serem definidos, que não envolvem sua pasta, para que o anúncio seja feito.

Nesta manhã, o ministro esteve reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), outros ministros e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, no Palácio do Planalto, para discutir o tema.

O governo busca formas de reonerar a gasolina e o etanol, mas impedir uma alta de preços. A Petrobras poderia contribuir por meio de um “colchão”, mas sem alterar a política de preços da estatal, segundo Haddad.

A parte da tributação está decidida desde ontem. O Planalto deverá editar uma nova Medida Provisória para restabelecer os impostos federais do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) que incidem sobre o preço do litro da gasolina e do etanol, disseram ao Scoop duas fontes com conhecimento das discussões.

Segundo uma das fontes, ficará a cargo do Congresso decidir se haverá ou não um escalonamento para a recomposição total dos impostos. A proposta da MP será de reoneração de até R$0,50 por litro da gasolina e de até R$0,10 para o etanol – que podem elevar as alíquotas para R$0,69 e R$0,24 por litro dos respectivos combustíveis.