Por: Artur Horta
O mercado financeiro está atento às recentes análises dos relatórios de pesquisa do Itaú BBA e do Bradesco BBI sobre a Natura & Co. Ambos os bancos apontam para um cenário promissor para gigante global do setor de cosméticos, atribuindo recomendação de “compra” e um aumento significativo no preço-alvo das ações ordinárias da empresa, principalmente se uma hipotética venda de The Body Shop se tornar realidade.
O relatório do Itaú BBA, divulgado nesta semana, elevou o preço-alvo da Natura & Co para R$21 ao fim de 2024, o que representa potencial valorização de 35% em relação aos preços atuais. Analistas liderados por Thiago Macruz destacaram a unidade de negócios da Natura & Co na América Latina, considerada o principal impulsionador de valor para a empresa no futuro.
A análise ressalta a expectativa de crescimento da marca Avon e da marca Natura em outros países no continente, buscando alavancagem operacional e margens brutas na região que se aproximam dos níveis alcançados no Brasil. Além disso, o relatório aponta para a possibilidade de desinvestimento da marca The Body Shop, com uma análise conservadora estimando seu valor de venda em R$3,4 bilhões.
Enquanto isso, o relatório do Bradesco BBI também recomenda a “compra” para Natura & Co e eleva o preço-alvo para R$24,00 por ação. O analista Felipe Cassimiro enfatiza a estratégia de integração entre Natura e Avon na América Latina, bem como a vantagem competitiva da empresa no canal de vendas diretas nos mercados da região – mais detalhes dessa integração devem ser apresentados em um evento da companhia em 16 de agosto.
Além disso, o Bradesco BBI destaca a potencial venda da The Body Shop como uma possível fonte de valor adicional para a Natura & Co. Ao excluir a TBS, o valor justo da empresa poderia ser R$2,00 por ação maior em relação ao cenário base, impulsionado por melhorias nas margens e retornos.
Ambos os relatórios apontam para uma avaliação descontada das ações da Natura & Co em relação aos pares globais. As ações estão sendo negociadas a um múltiplo EV/EBITDA estimado para 2024 de 5,6x, representando um desconto de 65% em relação às empresas globais. O crescimento anual composto do EBITDA de +15,2% e o aumento do ROIC de +7,3 pontos percentuais entre 2023 e 2026 sustentam as perspectivas de crescimento da empresa.
Agora, investidores acompanham de perto os desdobramentos na Natura & Co, atentos aos sinais de progresso na América Latina e à possibilidade de venda da The Body Shop. As recomendações de “compra” e os novos preços-alvo reforçam o otimismo em relação ao potencial de valorização das ações, trazendo expectativas positivas para o futuro da gigante do setor de cosméticos.