Por Patricia Lara
O Ibovespa sobe e recupera o patamar de 105 mil pontos, com as taxas de juros chegando a apontar queda de 19 pontos-base em determinados vértices, após a inflação ao consumidor desacelerar mais do que o esperado em março, com uma composição vista como benigna, em um momento em que o mercado debate quando há espaço para um corte da taxa básica de juros (Selic). Entre as ações componentes do índice, apenas três delas recuavam.
Perto das 11h40, o Ibovespa subia 3,24%, aos 105.148 pontos. Alta do índice é a maior desde novembro de 2022.
As ações ordinárias da Vale são as principais influências na alta, adicionando mais de 500 pontos ao índice. Os papéis disparavam 3,53%, aos R$80,99. As preferenciais do Itaú traziam outos 170 pontos de suporte, com avanço de 2,59%, a R$25,28.
Ações de empresas voltadas para o mercado doméstico respondiam pelas maiores altas percentuais. As preferenciais da Gol lideravam com avanço de 6.92%, cotadas a R$6,50, seguidas pelas ordinárias da Arezzo, com alta de 7,06%, a R$68,03.
Divulgado mais cedo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março teve alta de 0,71%, ante 0,84% na medição de fevereiro. A expectativa era de alta de 0,77% no mês passado, de acordo com a mediana das 20 projeções colhidas no Consenso TC. A estimativa de mercado era de 0,78%. A desaceleração ocorre mesmo após a pressão dos combustíveis diante do fim parcial da desoneração tributária.
Do lado oposto, apenas Minerva ON, CCR ON e as units da Taesa não acompanhavam o bom humor generalizado do mercado neste pregão que antecede o vencimento de opções sobre o Ibovespa amanhã na B3.
No exterior, o S&P 500 apontava variação de 0,06% e o Dow Jones subia 0,22%. O Nasdaq está na contramão, com -0,25%. O mercado aguarda dados de inflação ao consumidor em março nos Estados Unidos, que serão divulgados amanhã, e que podem balizar o ciclo de alta das taxas de juros no país.
Na China, a inflação ficou abaixo do esperado em março, com a variação anual mais amena em 18 meses. O aumento anual do índice de preços ao consumidor ficou em 0,7%, abaixo das expectativas dos analistas de 1%, com o alívio da queda nos preços dos alimentos. Na base mensal, os preços ao consumidor caíram 0,3% em relação a fevereiro.
Entre as commodities, o minério de ferro encerrou em alta de 1,5% a sessão na Bolsa chinesa de Dalian, diante da preocupação sobre a oferta, já que um ciclone se desloca em direção ao porto de Hedland, um dos principais pontos de exportação do produto pela Austrália. Já o contrato do barril de petróleo Brent operava em leve alta de 0,29%, a US$84,43 o barril, após recuar na véspera.