Investidor aguarda produção industrial e vendas no varejo dos EUA

Relatório da Vale segue no radar do investidor

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Por: Leandro Tavares

Os mercados europeus passam por ajustes e operam em alta nesta terça-feira, enquanto os futuros americanos oscilam sem direção definida, no aguardo de dados econômicos nos Estados Unidos e balanços corporativos.

Na Europa, o que ajuda no sentimento positivo do investidor, antes de dados americanos, foram os bons resultados no segundo trimestre da rede britânica de supermercados Ocado. Além disso, a farmacêutica suíça Novartis é outra contribuição positiva na alta dos índices europeus, após elevar sua projeção de ganhos para o ano e anunciar um plano de recompra de ações de 15 bilhões de euros, que será concluído até 2025.

Nos EUA, destaque para dados econômicos como as vendas no varejo de junho, que saem às 9h30, para o qual o consenso do mercado espera variação positiva de 0,50% na comparação com maio. Outro dado aguardado é a produção industrial americana, divulgada às 10h15, com previsão de estabilidade no número de junho, em base mensal.

Ainda na maior economia do mundo, a temporada de balanços do segundo trimestre começa a ditar o ritmo dos negócios. Hoje é a vez dos bancos Morgan Stanley, Bank of America e BNY Mellon reportarem seus dados. É importante ressaltar que os números dessas instituições são o termômetro do andamento da economia e podem ter reflexo na direção dos índices de ações.

Além dos bancos, a Lockheed Martin, fabricante de produtos aeroespaciais, e a corretora Charles Schwab também divulgam os resultados do segundo trimestre.

No Brasil, a agenda é esvaziada tanto do ponto de vista econômico, como político. Além de não haver indicadores econômicos relevantes previstos para o dia, tanto a Câmara como o Senado voltam a discutir pautas como arcabouço fiscal, voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) apenas em agosto.

No entanto, no âmbito corporativo, os investidores aguardam o resultado da produção da Vale do segundo trimestre, após o fechamento do mercado. A mineradora deve registrar embarques de 73 milhões de toneladas no período, de acordo com o TC Consenso.

No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent operava em alta de 0,66%, a US$79,02, recuperando parte das perdas de ontem, enquanto os futuros do minério de ferro negociados em Dalian, na China, acompanham o movimento e sobem 0,66%%, a 845,00 iuanes, ou US$117,74 por tonelada.

Ontem, a bolsa local fechou a sessão em alta, acima dos 118 mil pontos, revertendo as perdas apresentadas durante boa parte do pregão, impulsionada pelas ações de bancos. No mercado de câmbio, o dólar subiu, ainda acompanhando os sinais de atividades econômicas mais fracas que o esperado no Brasil e na China.

Para mais informações, acesse os Panoramas Corporativo e Político no pré-abertura. Fique de olho na cobertura dos indicadores e eventos mais importantes na agenda TC nos terminais da Mover e TC Economatica.

MERCADOS GLOBAIS

Perto das 07h00, o futuro dos índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 operavam sem direção definida, com o primeiro subindo 0,09%, o segundo em alta de 0,03% e o terceiro caindo 0,05%.

O Índice Stoxx Europe 600 subia 0,28%, enquanto o índice alemão DAX tinha alta de 0,08% e o britânico FTSE100 avançava de 0,22%.

O dólar americano cai em comparação aos pares. O DXY tinha queda 0,13%, a 99,750 pontos. No geral, as moedas operam sem direção definida nesta terça-feira, no aguardado de indicadores americanos.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de 10 anos, ou T-Notes, operam em baixa de 1,50%.

Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em baixa, ainda repercutindo dados fracos do Produto Interno Bruto (PIB) chinês. O índice HSI de Hong Kong caiu 2,05% e o Xangai Composto teve queda de 0,37%. O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, que ficou fechado ontem por causa de um feriado local, teve alta de 0,32%.

O Bitcoin tinha queda de 0,76% nas últimas 24 horas, a US$29.966,00; o Ethereum caía 0,97% no mesmo período.

MERCADOS LOCAIS

Bolsa: O Ibovespa futuro deve abrir o pregão em alta, no aguardo de indicadores americanos e na expectativa pelo relatório de produção da Vale. O índice tem suporte na mínima dos últimos dias em 117.000 pontos e resistência nas médias de 9 e 21 dias pouco acima de 120 mil pontos.

Câmbio: O dólar futuro deve abrir em alta, seguindo o movimento de ontem, antes de indicadores dos EUA.

Juros: Os contratos de juros futuros na B3 devem continuar o movimento de queda, com investidores na expectativa por dados americanos. Os juros futuros nos EUA operam majoritariamente em baixa.

DESTAQUES

✋ O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), refutou nesta segunda-feira a nota divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que aponta que a alíquota efetiva do imposto sobre valor agregado (IVA) dual ficará em 28,4%. Segundo ele, o estudo desconsidera uma série de fatores necessários para calibrar a alíquota do novo imposto. (Mover)

✋ Haddad também afirmou ontem que a “pretendida desaceleração da economia pelo Banco Central chegou forte”, em alusão à contração econômica registrada pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de maio, que teve retração de 2%. (Mover)

✋ O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, atribuiu o início do programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil pela faixa 2 em detrimento da faixa 1, que atende a população mais pobre, por uma “questão operacional’’.

A faixa 2 do Desenrola atende pessoas com salários de até R$20 mil e não necessita de um aplicativo, bastando o cliente entrar em contato com a instituição financeira. (Mover)

✋ A Marisa Lojas concluiu uma série de ações dentro do seu plano de reestruturação. Segundo fato relevante divulgado nesta segunda-feira, a empresa optou por fechar 88 lojas, de uma previsão inicial de 92 no segundo trimestre de 2023. A companhia desembolsou R$44,5 milhões para fechar as unidades e espera uma captura no EBITDA de aproximadamente R$40 milhões em 2023 e R$60 milhões anuais a partir de 2024. (Mover)

✋ Os estrategistas da BlackRock recomendam a compra de ativos de mercados emergentes ante desenvolvidos, diante de uma conjuntura econômica mais favorável nesses países e pelos preços ainda atrativos, segundo relatório enviado a clientes nesta segunda-feira. (Mover)

✋ O economista-chefe do Goldman Sachs, Jan Hatzius, rebaixou ontem a probabilidade de ocorrer uma recessão nos Estados Unidos nos próximos doze meses a 20%, ante 25%. Segundo ele, a probabilidade se encontra próxima da média histórica das últimas décadas, de 15%, com uma recessão ocorrendo a cada sete anos, e que os indicadores recentes sugerem que trazer a inflação a um nível aceitável não exigirá recessão. (Brazil Journal)

✋ Os analistas estão divididos sobre os resultados trimestrais do Goldman Sachs, na quarta-feira. Há um consenso de que não será o melhor dos trimestres do banco, mas há alguns profissionais que projetam que poderá ser um dos piores, inclusive. Como seus pares na gestão de investimentos, o Goldman tem sofrido com um mercado de capitais desaquecido. (Financial Times)

✋ O plano de negócios da Petrobras para o período 2024/2028 deverá ser semelhante ao atual (2023/2027), no valor total de US$ 78 bilhões em investimentos, tendo como novidade o olhar para a transição energética, afirmou o presidente da estatal, Jean Prates, em entrevista à Reuters. (Reuters)

✋ Tributação sobre patrimônio cresce e contribui para arrecadação maior. A cobrança de imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) e impostos sobre doações e heranças já ultrapassa a participação de 10% da receita. (Valor)

✋ A União Europeia vai investir R$244 bi no Caribe e na América Latina. O Bloco disse que irá colaborar com o governo brasileiro e empresas para melhorar as telecomunicações na região amazônica. (Estadão)