Ibovespa tem forte baixa com receios na frente fiscal; queda no mês é de 5,09%

Confira o fechamento da Bolsa brasileira nesta quinta (31)

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Por Luana Franzão

O Ibovespa encerrou o pregão em forte queda nesta quinta-feira (31), diante da apreensão dos investidores com as metas orçamentárias do governo para o próximo ano. Com a entrega do Projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA), os investidores receberam com ceticismo as declarações de autoridades, como a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O Ibovespa fechou em queda de 1,53%, a 115.741 pontos. O volume financeiro foi de R$20 bilhões, acima da média dos últimos 50 pregões. No mês, o índice acumulou recuo de 5,09%.

Contrariando o dia relativamente positivo nos mercados nos Estados Unidos, que reagiram bem a dados de inflação em linha com o esperado, o Ibovespa foi pressionado pelo sentimento de incerteza em relação à condução da pauta fiscal.

O mau humor no mercado está relacionado, principalmente, à meta de zerar o déficit público em 2024, endossada por Haddad e Tebet. Os ministros abordaram a necessidade de R$168 bilhões extras de receita para efetivar o objetivo, algo que é visto pelo mercado como de difícil execução, apesar dos esforços recentes para aumentar a arrecadação pública.

Entre as decisões tomadas para chegar à meta orçamentária, estão a aprovação do projeto que restitui o voto de qualidade do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), e tem potencial de beneficiar a União em negociações de dívida de empresas, e o projeto de lei que determina o fim dos juros sobre capital próprio (JCP) a partir de janeiro de 2024, que foi publicado nesta tarde e pressionou grandes pagadoras de proventos.

O pessimismo permeou todos os principais papéis do Ibovespa, como Petrobras, Ambev e o setor financeiro. As ON e as PN da petroleira caíram 2,70% e 2,08%, respectivamente, enquanto as ON da B3, as PN do Bradesco e do Itaú caíram 2,19%, 1,39% e 0,87%. Ambev ON cedeu 2,40%.

Na contramão, Vale ON subiu 0,15% no pregão, amparada pela alta do minério de ferro na China – embora o ganho também tenha sido limitado pelo cenário político.

Ainda entre os destaques, as ON da CVC caíram 9,49%, em correção após uma alta de 17% no dia anterior, a maior desde 6 de março.

As maiores quedas percentuais do pregão, além da CVC, foram Alpargatas PN, GPA ON e Dexco ON, que perderam 6,56%, 6,44% e 6,35%, na sequência.