Ibovespa recua com exterior, pressionado por yields; investidores aguardam PIB

Ibovespa recuou 1,08%, aos 126.802 pontos

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Por: Luca Boni e Gabriel Ponte

O Ibovespa encerrou a sessão desta segunda-feira em queda, com um baixo volume de negócios, e em linha com o desempenho negativo dos mercados acionários nos Estados Unidos, que foram pressionados pela alta dos rendimentos das Treasuries. Os investidores optaram pela cautela, às vésperas da divulgação de dados trimestrais do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

O Ibovespa recuou 1,08%, aos 126.802 pontos. A sessão teve volume de R$14,9 bilhões, abaixo da média de 50 pregões, que se encontra em R$17,8 bilhões.

De acordo com o diretor de research da Quantzed, Leandro Petrokas, o movimento de baixa aconteceu em linha com as principais bolsas do mundo. Em um dia de agenda fraca e de queda para as commodities, como o minério de ferro e o petróleo, investidores aproveitaram para realizar parte dos lucros acumulados nas últimas semanas.

Na sessão, os investidores ajustaram suas posições e seguem calibrando expectativas para a divulgação de indicadores econômicos tanto nos EUA ao longo da semana, como no Brasil, com os dados do PIB amanhã. O consenso dos investidores aponta para uma retração do PIB, na base trimestral, de 0,2%, ante alta de 0,9% no segundo trimestre.

Analistas do BTG Pactual, no entanto, projetaram desaceleração maior do PIB no terceiro trimestre, com queda de 0,3%, pressionado para baixo pelo PIB agropecuário, segundo relatório. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reportará os dados nesta terça-feira, às 9h00. 

No âmbito corporativo, as maiores detratoras por pontos do Ibovespa foram das ON da Vale (VALE3), as PN e ON da Petrobras (PETR3, PETR4), que recuaram 2,25%, 2,13% e 1,96%, respectivamente, em linha com o petróleo Brent e o minério de ferro. Os papéis retiraram 427, 198 e 107 pontos, na mesma ordem, do índice. 

Em termos percentuais, os destaques negativos foram das PN da Gol (GOLL4), as ON da Magazine Luiza (MGLU3) e as PN da Azul (AZUL4), que cederam 9,19%, 7,83%, e 5,82%, nesta ordem.

As ações da Gol caíram após notícia de que a aérea contratou a Seabury Capital para assessorar uma ampla revisão de sua estrutura de capital, divulgada na noite de sexta-feira. “Fato esse que pode ter preocupado os investidores da empresa, que podem enxergar, na minha visão, um aumento na percepção de riscos do case”, afirmou Petrokas, da Quantzed.

Em uma sessão predominantemente negativa para as ações do Ibovespa, poucos ativos subiram, com destaque para as ON da Engie (EGIE3), da Totvs (TOTS3) e as Units do Santander (SANB11), que avançaram 1,31%, 0,95% e 0,95%, na sequência.

BOLSA EUA

Em Wall Street, os principais índices acionários fecharam em queda, com os investidores também optando pela cautela antes de dados do Payroll referentes a novembro, previstos para sexta-feira. Os números da geração líquida de empregos nos EUA podem consolidar as apostas sobre eventual fim do ciclo de alta dos juros pelo Federal Reseve. 

Ao fim da sessão, os índices S&P500, Dow Jones e Nasdaq 100 recuaram 0,54%, 0,11% e 0,99%. Por volta das 18h00, os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois anos ganhavam 8,8 pontos-base, a 4,631%, e os de dez anos, 6,4 pbs, a 4,261%. Empresas tecnológicas, correlacionadas inversamente com os yields, recuaram na sessão. 

Os papéis da Nvidia (NVDA), Microsoft (MSFT) e Amazon (AMZN) recuaram 2,68%, 1,43% e 1,49%, na Nasdaq, respectivamente. A realização dos índices hoje também veio na esteira de um rali acionário vivenciado nas últimas semanas, impulsionado por resultados corporativos trimestrais e uma precificação de corte de juros já em março de 2024. 

(LB + GP | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)