Ibovespa (IBOV) fecha em baixa de 0,9% com pressão de commodities

O índice Bovespa encerrou em queda de 0,88% a 100.977 pontos

Mercados sobem com Fed no foco e China no radar
Mercados sobem com Fed no foco e China no radar

Por Luca Boni

O Ibovespa (IBOV) encerrou a sessão desta quarta-feira em queda, pressionado pela preocupação do investidor com o cenário de desaceleração da atividade econômica dos Estados Unidos. Ações do índice de Materiais Básicos pressionam o índice com a queda nas commodities.

O índice Bovespa encerrou em queda de 0,88% a 100.977 pontos. No pior momento da sessão o índice chegou a perder o patamar dos 100 mil pontos.

Dados divulgados nos EUA sinalizaram a fraqueza da atividade econômica e do mercado de trabalho americano em março. O ISM divulgou os dados do Índice dos Gerentes de Compra (PMI) do setor de serviços e ADP divulgou o relatório de emprego privado, ambos abaixo do esperado, aumentando o temor por uma recessão entre os investidores e ofuscando o contraponto positivo que seria uma potencial interrupção do ciclo de aperto monetário americano.

Commodities como o minério de ferro, cobre e níquel tiveram uma sessão negativa no dia de hoje e pressionaram as ações do setor. As ON da Vale cederam 1,47%, já as PN da Gerdau caíram 2,99%. O índice de materiais básicos recuou 2,20% e liderou a queda entre os índices da B3.

Papéis do setor de consumo também foram destaques negativos. Foi o caso de Alpargatas PN e Natura ON, que despencaram 9,73% e 9,61%, respectivamente. Segundo o head de Renda Variável da A7 Capital, André Fernandes, a reação reflete a discussão da retirada do desconto do ICMS da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, (IRPJ/CSLL) que, caso aprovado, impactará negativamente em seus resultados.

Natura ON também foi influenciada pela venda da Aesop. “O mercado não digeriu bem essa venda “, completou Fernandes.

Na ponta oposta, as ações ON e PN da Petrobras subiram 0,15% e 0,33%, respectivamente. Os papéis chegaram a recuar mais de 4%, após o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), anunciar a intenção de alterar a política de preços da estatal em uma entrevista. Em resposta, a petroleira enviou um comunicado ao mercado reafirmando o compromisso com a prática de preços competitivos e informou que não recebeu nenhuma proposta do MME de mudança na política de preços.

Os papéis ON da Ecorodovias e da Via, subiram 5,51% e 6,36%, na mesma ordem. De acordo com André Fernandes, ambas apresentaram movimentos mais técnicos, pois as empresas possuem grandes posições vendidas por parte dos investidores. “Com isso, acreditamos que o movimento de hoje se caracteriza pela cobertura desses shorts”.