Por Luca Boni
O Ibovespa encerrou a sessão desta terça-feira em leve alta, impulsionado pelo setor Financeiro e pela Petrobras. Os ganhos se limitaram, porém, com investidores cautelosos devido à postergação da apresentação do novo arcabouço fiscal e com expectativas sobre a decisão de juros do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central amanhã.
O Ibovespa subiu 0,07%, aos 100.998 pontos, em um pregão marcado pelo baixo volume de negociações.
As ações dos bancos subiram após o governo sinalizar que pode rever o corte do teto de juros para empréstimos consignados a pensionistas. O segmento também foi ajudado pela redução das apreensões sobre o setor bancário no exterior, após a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, dizer mais cedo que o governo está pronto para fornecer mais garantias de depósitos caso a crise piore, e reforçou que o sistema bancário dos Estados Unidos “continua sólido”.
As preferenciais do Itaú, as units do Santander e as ordinárias do Banco do Brasil avançaram 2,05%, 1,37% e 1,19%, respectivamente, na B2. O índice do setor Financeiro da B3 subiu 0,74%.
Já as preferenciais e ordinárias da Petrobras encerraram em altas de 2,05% e 2,21%, respectivamente, acompanhando a valorização dos contratos futuros do petróleo Brent, que chegou a subir mais de 2% na sessão de hoje.
Na ponta oposta, as ações de exportadoras brasileiras de minério de ferro recuaram, em linha a queda de 2,22% da commodity na bolsa chinesa de Dalian, e com investidores avaliando riscos de intervenções do governo chinês no mercado, após o país ter alertado sobre os elevados preços da matéria-prima.
Mais cedo, em entrevista ao Portal Brasil 247, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou claro que o arcabouço fiscal só deve ser apresentado após a viagem da comitiva brasileira à China, cujo retorno está previsto apenas para abril, como antecipou ontem o Scoop. Investidores seguem com sentimento de insegurança em relação à apresentação do novo arcabouço.
Os ganhos também foram contidos na bolsa com a cautela de investidores sobre a decisão da taxa Selic no encontro do Copom de amanhã. O principal interesse na decisão estará na indicação dos próximos passos do comitê, com bancos e analistas se dividindo em torno do momento em que o BC começará o esperado ciclo de cortes nos juros a fim de evitar uma recessão econômica na maior economia da América Latina.
Agentes de mercado também estarão atentos à divulgação da decisão de juros do comitê de política monetária (FOMC) dos EUA.