Ibovespa fecha em queda com potencial alteração de meta de inflação e declarações de Hoffmann

O Ibovespa fechou em queda de 1,77%, aos 108.008 pontos

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Por: Gabriel Ponte e Luca Boni

O Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira em queda, acelerando as perdas em resposta ao noticiário sobre a potencial alteração da meta de inflação pelo Conselho Monetário Nacional. Falas da presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, sobre política monetária também pesaram sobre o índice.

O Ibovespa fechou em queda de 1,77%, aos 108.008 pontos. As preferenciais do Itaú Unibanco recuaram 2,48% e retiraram 133 pontos do índice, em movimento de correção frente à forte alta registrada ontem após a divulgação do balanço do quarto trimestre. As ordinárias da B3 perderam 3,88% e desidrataram o Ibovespa em 116 pontos.

As ações preferenciais da Gerdau perderam 7,93% e retiraram 113 pontos do índice, após o JPMorgan ter rebaixado a recomendação para o papel de “compra” para “neutra” e reduzido o preço-alvo de R$37,00 para R$32,50. Já as ordinárias da WEG foram a principal influência positiva do índice e encerraram em alta de 0,85%.

Mais cedo, uma agência internacional de notícia informou, citando fontes, que a equipe econômica estuda antecipar a revisão das metas de inflação. A matéria acelerou as perdas dos mercados locais e estressou a curva de juros. Fontes anônimas disseram ao colunista Igor Gadelha, do jornal Metrópoles, que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizou que defenderá uma alteração da meta de inflação de 3,25%, para 3,50% a integrantes do governo.

Também hoje, Hoffmann, do PT, afirmou a uma agência de notícias que a política monetária do BC “tem que estar de acordo” com a política monetária do projeto do governo eleito. Ela afirmou, no entanto, que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deseja mudar a legislação atual que rege o BC.

Os contratos de dólar futuro encerraram em alta de 1,72% na B3, a R$5,309, próximos da máxima intradiária, de R$5,310. A moeda americana estressou com o noticiário político e a continuidade do embate entre o Poder Executivo e a autoridade monetária sobre a meta de inflação, além das declarações de Hoffmann.

Por volta das 18h30, em uma cesta de 22 divisas observada pela Mover, 14 avançavam ante o dólar americano. O real, entretanto, registrava pior performance na sessão, em linha com o peso argentino, par emergente. No acumulado do ano, o dólar passou a subir frente ao real.

O BC anunciou, no início da noite, a realização de leilões de swap cambial tradicional, a partir de amanhã, dando início à rolagem de vencimentos em 3 de abril. O BC ofertará amanhã, entre 11h30 e 11h40, até 16 mil contratos de swap cambial, totalizando US$800 milhões.