Por: Luca Boni e Gabriel Ponte
O Ibovespa encerrou a sessão desta segunda-feira em queda, pressionado pelas ações da Petrobras. O setor Financeiro também cedeu, na esteira da falência do Silicon Valley Bank nos Estados Unidos e de temores de um possível contágio no setor bancário americano. Na ponta oposta, as ações de varejistas lideraram os ganhos, com a precificação de corte dos juros no Brasil.
O índice Bovespa fechou em queda de 0,48%, aos 103.121 pontos. O índice operou sem direção definida ao longo do dia e no pior momento da sessão, às 10h30, atingiu mínima de 102.254 pontos.
As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3, PETR4) fecharam em quedas de 3,17% e 3,16%, respectivamente, em linha com a forte desvalorização do petróleo Brent nos mercados globais. A commodity chegou a cair mais de 5% no pior momento do dia, pressionada pelo aumento da aversão global ao risco após as medidas emergenciais adotadas por reguladores financeiros americanos em decorrência da falência do SVB na sexta-feira.
Os papéis de bancos recuaram, com o mercado também temeroso após outro banco americano, o Signature Bank, ter sido fechado ontem por órgãos reguladores dos EUA. As preferenciais do Itaú Unibanco e do Bradesco recuaram 1,20% e 1,11%, respectivamente. O setor Financeiro perdeu 0,93%.
Na ponta oposta, os ordinários da Via e da Magazine Luiza avançaram 12,09% e 9,41%, respectivamente, e lideraram os ganhos percentuais do Ibovespa. Segundo operadores consultados pela Mover, investidores passaram a precificar um menor aperto monetário pelo Federal Reserve após o colapso do SVB, o que deve aliviar a pressão sobre os bancos centrais de emergentes, incluindo o Brasil.
Os recibos de ações da mineradora Aura Minerals subiram 6,96% na B3, acompanhando a valorização nos contratos futuros do ouro – considerado um ativo de proteção – e acompanhando o sentimento de aversão a risco que tomou conta dos mercados financeiros globais nos últimos dias.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) afirmou que há espaço para reduzir os juros no Brasil e que passou o fim de semana em contato com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre os impactos do colapso do banco americano sobre o mercado brasileiro.
(Colaboração de Giovanni Porfírio)