Por: Gabriel Ponte e Luca Boni
O Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira em queda pelo quinto pregão consecutivo, impactado pelo recuo das ações da Petrobras, Itaú e Banco do Brasil. Investidores reagiram à divulgação de lucro líquido recorde da petrolífera em 2022, embora sob dúvidas sobre uma eventual alteração da política de preços de combustíveis pelo governo.
O Ibovespa fechou em queda de 1,01%, aos 103.325 pontos, renovando a mínima de fechamento do ano. O índice encerrou a sessão no menor nível desde o pregão de 16 de dezembro. A quinta queda consecutiva é a maior sequência de perdas desde outubro de 2022.
As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR4, PETR3) recuaram 2,75% e 2,61%, respectivamente, e retiraram cerca de 310 pontos do índice. A informação que o governo discute com a companhia o fim da paridade de preços com o exterior, segundo apuração de uma agência de notícias, pesou sobre os investidores.
Em coletiva de imprensa nesta tarde, o presidente da companhia, Jean Paul Prates, afirmou que a política de preços da Petrobras, que segue o chamado Preço de Paridade Internacional (PPI), consiste em um tema “de governo” e reconheceu que a regra interna da companhia que propõe essa fórmula deverá passar por mudanças.
Os papéis preferenciais do Itaú Unibanco (ITUB4) e ordinários do Banco do Brasil (BBAS3) também pesaram sobre o índice, recuando 3,28% e 4,03%, respectivamente, e retirando mais de 320 pontos do Ibovespa. No dia, o Itaú foi a maior contribuição negativa para o recuo do índice, em termos de pontos. O índice financeiro recuou 1,71%.
Na ponta oposta, as ordinárias da EDP Brasil dispararam 14,72%, a maior alta percentual do índice, após a EDP Portugal anunciar intenção de fechar o capital da companhia. A empresa protocolou pedido de registro de oferta pública para aquisição da totalidade das ações da divisão brasileira a R$24,00 por papel, um prêmio de 22,26% sobre o fechamento de ontem.