Ibovespa avança em meio a declarações de Haddad sobre nova regra fiscal em março

O exterior opera em leve queda, ainda refletindo o resultado do indicador de inflação CPI de janeiro

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Por Gabriel Brondi

O Índice Bovespa acelerou a alta na manhã desta quarta-feira, após uma leve melhora nos futuros americanos e em reação às novas declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), sobre a implementação de uma nova regra fiscal pelo novo governo a partir de março.

Perto das 11h10, o índice de referência da B3 avançava 0,74%, aos 108.643 pontos. Os papéis preferenciais do Itaú (ITUB4) e da WEG (WEGE3) hidratavam o Ibovespa em mais de 100 pontos, em altas de 1,33% e 1,46%, respectivamente. No início da manhã, a WEG, uma das maiores fabricantes de equipamentos elétricos do mundo, anunciou resultado acima das estimativas no quarto trimestre de 2022, com lucro líquido de R$1,19 bilhão no período, acima do consenso Mover de R$1,16 bilhão.

Na política, em evento promovido pelo BTG, Haddad garantiu que o novo arcabouço fiscal que substituirá o Teto de Gastos deverá ser anunciado em março. Segundo o ministro, a ideia de antecipar a regra foi da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), e do vice-presidente e ministro do Comércio, Industria, Serviços e Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSB).

Após a falas de Haddad, as taxas dos contratos futuros de juros passaram a cair. O DI com vencimento para 2025 caía 9,5 pontos-base, a 12,73%, enquanto o vencimento para janeiro de 2031 recuava 3 pontos-base, a 13,48%.

O mercado de juros também opera sob o efeito da divulgação do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), que subiu 0,02% em fevereiro, após a alta de 0,05% em janeiro. Segundo a Fundação Getulio Vargas, o indicador acumula alta de 0,07% neste ano, enquanto a taxa de 12 meses atingiu 2,26%. O período de coleta de preços foi de 11 de janeiro a 10 de fevereiro.

No exterior, os índices americanos operam em leve queda, ainda refletindo o resultado do indicador de inflação conhecido pela sigla CPI de janeiro, que superou ontem o consenso na base anual e ampliou a possibilidade de uma alta mais prolongada da taxa de juros nos Estados Unidos. Já as vendas no varejo americanas, divulgadas nesta manhã, tiveram alta de 3% em janeiro ante dezembro e atingiram US$697 bilhões, enquanto analistas previam um avanço bem menor, de 1,8%. O resultado confirma que a economia dos EUA iniciou o trimestre mais forte do que o esperado.