Ibovespa avança e renova máxima histórica com maior apetite ao risco pós Fomc

Índice renovou máxima histórica intradiária aos 131.259 pontos, atingida às 10h15

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Por: Luca Boni e Gabriel Ponte

O Ibovespa renovou máxima histórica de fechamento nesta quinta-feira, impulsionado pelos índices acionários dos Estados Unidos, na esteira da potencial reversão de juros apontada na véspera pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, após o banco central manter os juros inalterados no intervalo entre 5,25% e 5,50%.

O Ibovespa fechou em alta de 1,06%, aos 130.842 pontos. O índice também renovou máxima histórica intradiária, aos 131.259 pontos, atingida às 10h15. A sessão teve volume financeiro de R$25,6 bilhões, acima da média de 50 pregões. 

O desempenho positivo do índice, esteve correlacionado ao alívio global e ao maior apetite ao risco entre investidores, desencadeado pelas falas de Powell na véspera, quando ele apontou, materialmente, que o Fed pode estar a caminho de reverter o mais longo ciclo de aperto monetário desde a década de 1980. 

A visão mais ‘dovish’ do que projetada inicialmente pelos operadores para o Fed ocasionou um fechamento dos rendimentos das Treasuries nos EUA e impulsionou os ativos de risco nos mercados globais, incluindo o petróleo. No mercado local, os papéis ligados a commodities foram os principais impulsionadores do dia. 

A potencial reversão do aperto monetário dos EUA em 2024 também deve ajudar a abrir espaço para o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central poder  acelerar o ritmo de corte da Selic a 75 pontos-base nas próximas reuniões, segundo a visão de alguns economistas, o que favoreceu papéis de educacionais e construtoras. 

No âmbito corporativo, as ações ON e PN da Petrobras (PETR3, PETR4) e as ON da B3 (B3SA3) fecharam em altas de 2,33%, 2,17% e 2,77%, respectivamente e foram as maiores contribuidoras por pontos do índice.

As ações ON da Dexco (DXCO3), da PRIO (PRIO3) e da Lojas Renner (LREN3) tiveram as principais altas entre os papéis que compõem o Ibovespa, subindo 4,79%, 4,54% e 4,30%, respectivamente. PRIO e Petrobras se beneficiaram da alta de mais de 3% nos futuros do petróleo Brent, que avançou apoiado em um dólar mais fraco depois da decisão do Fed.

Na ponta oposta, entre as maiores quedas do dia, figuraram as ON da Natura (NTCO3), da Casas Bahia (BHIA3) e da Petz (PETZ3), que recuaram 5,22%, 5,66% e 4,98%, na sequência.

BOLSA EUA 

Os principais índices acionários de Wall Street fecharam em alta, ainda repercutindo as declarações de Powell na véspera, quando pontuou que a questão sobre quando será apropriado o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) começar a cortar os juros está surgindo entre os participantes. 

Os índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 avançaram 0,43%, 0,26% e 0,19%, respectivamente. Destaque para o Dow Jones, que renovou novamente máxima histórica nos 37.090 pontos. O S&P500, agora, encontra-se cerca de 2% abaixo da máxima recorde, tocada em janeiro de 2022. 

Por volta das 18h00, os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois e de dez anos caíam 5,1 pontos-base e 11,4 pbs a 4,382% e 3,906%, respectivamente. Os rendimentos das Treasuries de dez anos operavam no menor nível desde julho de 2023. 

Mais cedo, dados do Departamento de Comércio apontaram que as vendas no varejo americano avançaram 0,3% em novembro, na base mensal, e acima do consenso, de queda de 0,2%. O indicador reportou alta diante do início da temporada de compras natalinas, a qual deverá manter a economia em trajetória de crescimento moderado no trimestre.

Nos mercados acionários, as ações da Apple encerraram em leve alta de 0,08%, após a companhia ter renovado máxima recorde intradiária mais cedo, atingindo patamar de US$199,62. Os papéis são cotados na Nasdaq. 

(LB + GP | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)