Ibovespa acelera com sinais positivos do Fed e sobe mais de 2%

Ibovespa avançou 2,42%, aos 129.465 pontos, encerrando na máxima da sessão e mostrando força por parte dos compradores

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Por: Luca Boni e Gabriel Ponte

O Ibovespa encerrou a sessão desta quarta-feira em alta, em linha com as bolsas americanas, acelerando os ganhos após o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve ter adotado postura mais “dovish”, projetando uma reversão mais acentuada do ciclo de aperto monetário a partir de 2024. Os investidores ainda guardam, após o fechamento do pregão, a decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom).

O Ibovespa avançou 2,42%, aos 129.465 pontos, encerrando na máxima da sessão e mostrando força por parte dos compradores. Antes do comunicado do Fomc, o índice subia cerca de 0,33%. A sessão teve volume de R$23,3 bilhões, acima da média de 50 pregões.

O Fomc manteve os juros inalterados no intervalo entre 5,25% e 5,50% nesta quarta-feira, em linha com o consenso dos investidores, mas no relatório trimestral “Dot-Plot” os dirigentes do Fed reduziram a mediana das projeções para os juros ao fim de 2024 para 4,60%, ante 5,10% estimados em setembro. A decisão e os números também apoiaram a bolsa americana, e o índice Dow Jones fechou em máximas.

A nova projeção aponta para potenciais três cortes de juros ao longo de 2024. Posteriormente, em coletiva de imprensa, o presidente do Fed, Jerome Powell, apontou que a questão sobre quando será “apropriado” ao Fomc começar a cortar os juros está surgindo entre os participantes. Segundo ele, um potencial corte é agora um “tópico de discussão”.

De acordo com os derivativos negociados na Chicago Mercantile Exchange (CME), o mercado aponta para 64,6% de chances de um corte de 25 pbs em março, ante 39,7% na véspera. Powell reiterou, entretanto, que seria “prematuro” declarar vitória sobre os riscos inflacionários. 

De volta ao Ibovespa, entre as ações, as maiores contribuidoras por pontos do Ibovespa foram as PN do Itaú (ITUB4), do Bradesco (BBDC4) e as ON da B3 (B3SA3), que ganharam 3,03%, 4,37% e 4,19%, respectivamente.

Em termos percentuais, os destaques positivos na B3 eram as ações ON da Magazine Luiza (MGLU3), da MRV (MRVE3) e da Hapvida (HAPV3), que subiram 10,96%, 8,23%, e 8,67%, nesta ordem.

Em sessão predominantemente positiva para as ações, apenas 4 dos 86 ativos que compõem o Ibovespa fecharam no campo negativo. Destaque para as ON da SLC Agrícola (SLCE3), da IRB Brasil (IRBR3) e da BB Seguridade (BBSE3), que recuaram 0,82%, 0,76% e 0,51%, na sequência. Ao final do dia, a SLC disse ter aprovado em assembleia o desdobramento de suas ações, com cada uma passando a corresponder a dois papéis ON.

BOLSA EUA

Os principais índices acionários em Wall Street encerraram em alta, após o Federal Reserve sinalizar que cortaria as taxas de juros pelo menos três vezes ao longo próximo ano, animando os investidores que esperavam que o banco central finalmente começasse a reconhecer a tendência de desaceleração da inflação com uma postura monetária menos agressiva.

Os índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 avançaram 1,40%, 1,37% e 1,27%, respectivamente. Destaque para o Dow Jones, que renovou máxima histórica nos 37.090 pontos.

Por volta das 18h00, os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois e de dez anos despencaram 30,4 pontos-base e 18,2 pbs a 4,427% e 4,020%, respectivamente.

(LB+GP | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)