Governo tem déficit nominal de R$79,5 bi em março, pior que esperado

No acumulado em 12 meses, o déficit nominal alcançou R$618,9 bilhões

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Por: Eduardo Puccioni

O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, ficou deficitário em R$79,5 bilhões em março, de acordo com o Banco Central (BC). O resultado veio pior que o esperado pelo mercado, que apontava déficit de R$46,3 bilhões. No acumulado em 12 meses, o déficit nominal alcançou R$618,9 bilhões, que corresponde a 6,11% do Produto Interno Bruto (PIB).

O setor público consolidado registrou déficit primário de R$14,2 bilhões em março, ante superávit de R$4,3 bilhões no mesmo mês de 2022 e pior que o consenso do mercado, que apontava para superávit de R$1,3 bilhão. No Governo Central e nos governos regionais, houve déficits, na ordem, de R$9,7 bilhões, e R$4,6 bilhões, respectivamente, enquanto as empresas estatais registraram superávit de R$154 milhões.

Nos últimos 12 meses, até março, o setor público consolidado obteve superávit de R$74,8 bilhões, equivalente a 0,74% do PIB.

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) atingiu 57,2% do PIB, R$5,8 trilhões, em março, elevando-se 0,5 ponto percentual do PIB no mês. Segundo o BC, esse resultado refletiu, sobretudo, os impactos dos juros nominais apropriados, da valorização cambial de 2,4% no mês, do ajuste de paridade da cesta de moedas que integram a dívida externa líquida, e do efeito da variação do PIB nominal.

Já a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que compreende Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais, atingiu 73,0% do PIB, ou R$7,4 trilhões. Essa evolução no mês decorreu, principalmente, de juros nominais apropriados, dos resgates líquidos de dívida, e do efeito da variação do PIB nominal, afirmou o BC.