DIs sobem com IPCA-15 acima do esperado e discurso de Powell; dólar oscila perto da estabilidade

Dólar oscila; confira o fechamento dos juros e da moeda norte-americana

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Por Fabricio Julião

As taxas dos contratos de juros futuros fecharam em alta nesta sexta-feira (25), com sinais de inflação mais alta que o esperado no Brasil e investidores de olho em sinalizações do banco central americano. Já o dólar oscilou perto da estabilidade e fechou em leve queda.

Ao fim da sessão, os DIs com vencimentos em jan/24 e jan/25 subiram 2,5 pbs e 12,0 pbs, respectivamente, a 12,41% e 10,52%. Já os vértices para jan/27 e jan/31 tiveram alta de 8,0 pbs e 4,0 pbs, a 10,24% e 11,04%.

Divulgado mais cedo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,28% em agosto, acima da alta de 0,17% projetada pelo consenso. Considerado a “prévia do IPCA”, o indicador diminuiu a hipótese de que o Banco Central possa acelerar o ciclo de cortes na Selic acima de 50 pontos-base nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

O impacto para cima na curva dos vértices foi fortalecido durante o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, no início da tarde. Ele não descartou novas altas na taxa de juros americana e indicou que a autoridade monetária vai manter a conduta de seguir indicadores econômicos atualizados para balizar suas decisões.

As falas de Powell impulsionaram o rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA ao longo da tarde. Os yields de dez anos, no entanto, passaram a operar próximo da estabilidade por volta das 17h00, a 4,239%. Já os Treasury yields de dois anos subiam 4,6 pbs no mesmo horário, a 5,071%.

A taxa de câmbio oscilou na sessão, de olho em possíveis reduções no diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos. Em uma cesta de 22 moedas acompanhada pela Mover, o dólar caía diante de nove também perto das 17h00.

O dólar à vista fechou em queda de 0,09%, a R$4,8751.

“O dólar oscilou em reflexo de um discurso mais agressivo do presidente do Fed no simpósio de Jackson Hole, ora respondendo a um fluxo de venda de exportadores e ora a um desmonte de posições compradas pelos agentes de mercado”, afirmou o diretor de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.