Economia chinesa mais fraca pressiona mercados

Economia chinesa mais fraca pressiona mercados

Reuters News Brasil
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Por: Leandro Tavares

Os mercados europeus caem no primeiro pregão da semana, enquanto os futuros americanos operam sem direção definida, após dados mais fracos da chinesa aumentarem a pressão por estímulos no gigante asiático.

Na noite de domingo, a segunda maior economia do mundo decepcionou o mercado, ao reportar um crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) de 6,3% no segundo trimestre do ano na base anual, menor do que a previsão de analistas, que esperavam 7,3%.

Por outro lado, a produção industrial chinesa teve variação positiva de 4,4% em junho na comparação anual, enquanto o mercado previa 2,7%. As vendas no varejo, por sua vez, tiveram variação positiva de 3,1% em junho na mesma base de comparação, ante previsão de 3,2%.

Os dados mais fracos do PIB e das vendas no varejo pressionaram o índice Xangai Composto ao mostrarem que a economia da China está perdendo força, o que pode levar o governo asiático a intensificar os estímulos que tem feito na atividade desde o começo do ano para incentivar os setores.

Na Europa, os mercados operam em queda, refletindo a economia chinesa mais fraca, assim como o setor de commodities, já que a China é grande consumidora de metais básicos.

Nos EUA, o destaque da semana serão os dados de vendas no varejo, a produção industrial e os pedidos de seguro-desemprego semanal, além da temporada de balanços, que ganha força nesta semana. Hoje, o investidor conhecerá os dados do Índice de Manufatura Empire State de maio, às 9h30.

No Brasil, o investidor estará atento ao Boletim Focus, em especial às expectativas de inflação, após dados recentes da economia brasileira corroborarem a ideia de o Banco Central vá iniciar o ciclo de cortes da Selic em agosto.

Além disso, o BC divulga hoje o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) de maio, às 9h, que tem como objetivo avaliar a evolução econômica do país e contribuir para a estratégia de política monetária da instituição.

Ainda no Brasil, às 8h, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgará o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de julho e o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da segunda quadrissemana de julho.

No mercado de commodities, o petróleo tipo Brent operava em baixa de 1,65%, a US$78,52, enquanto os futuros do minério de ferro negociados em Dalian, na China, acompanham o movimento e caem 0,89%%, a 832,5 iuanes, ou US$115,95 por tonelada, reverberando os dados mais fracos da economia chinesa.

Na sexta-feira, a bolsa local encerrou em baixa, pouco acima de 117 mil pontos, em movimento de ajuste após os ganhos recentes. Para analistas, a região de 116 mil pontos é vista como o suporte técnico do índice. No mercado de câmbio, o dólar avançou levemente ante o real, depois de operar sem direção definida ao longo do dia, interrompendo uma sequência de três quedas consecutivas.

Para mais informações, acesse os Panoramas Corporativo e Político no pré-abertura. Fique de olho na cobertura dos indicadores e eventos mais importantes na agenda TC nos terminais da Mover e TC Economatica.

MERCADOS GLOBAIS

Perto das 07h00, o futuro dos índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 operavam sem direção definida, com o primeiro caindo 0,15%, o segundo em baixa de 0,06% e o terceiro subindo 0,05%.

O Índice Stoxx Europe 600 caía 0,53%, enquanto o índice alemão DAX tinha queda de 0,38% e o britânico FTSE100 tinha baixa de 0,29%.

O dólar americano cai em comparação aos pares. O DXY tinha queda 0,14%, a 99,817 pontos. No geral, as moedas sobem nesta segunda-feira, com destaque para a lira turca, que tem valorização de 0,57%.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de 10 anos, ou T-Notes, operam em alta de 1,59%.

Na Ásia, o HSI de Hong Kong ficou fechado devido ao feriado local, assim como o índice Nikkei 225, enquanto o Xangai Composto caiu 0,87%.

O Bitcoin tinha queda de 0,36% nas últimas 24 horas, a US$30.200,50; o Ethereum tinha caía 0,56% no mesmo período.

MERCADOS LOCAIS

Bolsa: O Ibovespa futuro deve abrir o pregão em baixa, repercutindo os dados fracos da economia chinesa. Tanto Vale quanto Petrobras devem pesar na bolsa, já que as commodities iniciam a semana em baixa. O índice tem suporte na mínima dos últimos dias em 116.559 pontos e resistência nas médias de 9 e 21 dias pouco acima de 118 mil pontos.

Câmbio: O dólar futuro deve abrir em alta, acompanhando o movimento de sexta-feira e a trajetória dos juros futuros.

Juros: Os contratos de juros futuros na B3 devem continuar o movimento de alta nesta segunda-feira, com os investidores calibrando os dados da economia brasileira e chinesa. Os juros futuros nos EUA operam majoritariamente em baixa.

DESTAQUES

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse na sexta-feira que a pasta não recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nenhuma encomenda sobre a viabilização do programa de descontos na compra de produtos linha branca, eletrodomésticos como fogão e geladeira. (Mover)

Haddad ressaltou ainda que que a plataforma do programa de renegociação de dívidas contraídas até 31 de dezembro de 2022, o Desenrola Brasil, será lançada nesta segunda-feira, conforme publicado na sexta-feira no Diário Oficial da União (DOU). Segundo o ministro, as duas fases do programa terão início simultâneos. (Mover)

Os recentes receios em relação à situação de crédito de empresas como a Elfa Medicamentos e a Unigel pouco interferem nas perspectivas para o mercado de dívida no Brasil. Para especialistas no segmento ouvidos pela Mover, os riscos dessas companhias estão mapeados e nem de longe se assemelham potencialmente a situações como a da Americanas e da Light no começo deste ano. (Mover)

Está avançadíssima a negociação para que a Novonor venda a sua fatia na Braskem para a Previ e a J&F. A empresa, que pertence aos irmãos Joesley e Wesley Batista, está perto de fechar negócio. Já a Unipar é vista como carta fora do baralho. (Veja)

O elevado nível da taxa básica de juros e a gradual redução do prêmio de risco nos títulos de dívida privada reforçam as perspectivas positivas para o mercado de crédito no Brasil, mesmo com a chance de cortes da Selic neste ano. Em meio a este cenário, setores como os de Utilidade Pública, Transportes e Logística despontam como oportunidades, segundo especialistas. (Mover)

Os estrategistas do Bank of America indicaram a compra de ativos de mercados emergentes e de commodities, na esteira de potenciais estímulos à economia chinesa, de acordo com relatório enviado a clientes nesta sexta-feira. (Mover)

A reforma tributária pode ter impacto em créditos fiscais das companhias. A PEC não prevê forma clara para uso de valores acumulados; agro e varejo têm R$70 bilhões a receber. (Valor)