Por Fabricio Julião
O dólar encerrou em queda diante do real nesta segunda-feira (19), rompendo a linha dos R$4,80 pela primeira vez desde junho do ano passado, em sessão de baixa liquidez devido a um feriado nacional nos Estados Unidos. As taxas dos contratos de juros futuros operaram estáveis, com investidores à espera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na quarta-feira (21).
O dólar caiu 0,96% diante do real, a R$4,7749, no menor patamar em mais de um ano e tendo atingido R$4,76 ao longo do pregão. “Hoje é esperado que o Banco Popular da China anuncie um novo corte nas taxas de juros de longo prazo, o que favorece significativamente o real e outras moedas vinculadas a commodities”, afirmou o head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T Câmbio, Diego Costa.
“A conjuntura global continua favorecendo o real, com a pausa no aperto monetário nos EUA, estímulos na China e avanços no arcabouço fiscal do Brasil. A revisão positiva do S&P em relação ao rating brasileiro também vem contribuindo para uma percepção fiscal mais favorável do país por parte dos investidores estrangeiros”, acrescentou Costa.
Apesar da queda ante o real, a moeda americana se valorizou perante a maior parte dos seus pares. Perto das 17h00, em uma cesta de 22 divisas acompanhadas pela Mover, o dólar americano apreciava frente a 19.
Os DIs com vencimentos em Jan/24, Jan/25 e Jan/27 fecharam estáveis, a 13,02%, 11,13% e 10,52%, respectivamente. Na ponta longa, as taxas dos contratos para Jan/29 e Jan/31 subiram 2 pontos-base, a 10,88% e 11,11%, respectivamente.
A hesitação do mercado em relação à curva dos DIs está relacionada à decisão do Copom. Segundo o TC Consenso, as apostas de economistas são unânimes para a manutenção da Selic em 13,75% nesta semana, com projeções de quedas de 25 pontos-base a 50 pbs para o início de cortes nas reuniões do Copom de agosto ou setembro – com leve preferência para o primeiro mês.