Dólar e DIs sobem com avanço das Treasuries no exterior

Confira o fechamento dos juros e da moeda norte-americana nesta segunda (21)

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Por Fabricio Julião

O dólar e as taxas de contratos dos juros futuros avançaram nesta segunda-feira (21), em dia de agenda esvaziada. A sessão foi marcada por receios na cena local, devido ao imbróglio que envolve a aprovação de pautas econômicas como o novo marco fiscal e a Reforma Tributária. Investidores também seguem de olho na situação econômica da China, que tem ditado o sentimento de maior aversão ao risco no mundo.

Ao fim da sessão, os DIs com vencimentos em jan/24 e jan/25 subiram 0,5 ponto-base, e 6,0 pbs, respectivamente, a 12,44% e 10,59%. Já as taxas dos contratos para jan/27 e jan/31 avançaram 14,5 pbs e 10,0 pbs, nessa ordem, a 10,48% e 11,26%.

Os vértices por aqui seguiram o avanço do rendimento das Treasuries americanas. Os títulos do Tesouro americano de dez anos registravam alta de 8,1 pbs por volta das 17h, a 4,34%, no maior patamar desde 2007. O movimento ocorre devido às apostas crescentes no mercado de que o Federal Reserve deve optar por mais altas na taxa de juros dos Estados Unidos ainda neste ano.

Na cena local, a alta dos DIs reflete os novos capítulos do andamento da Reforma Tributária e do arcabouço fiscal, que estão no Congresso Nacional. Hoje, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, destacou que a promulgação da Reforma Tributária deve ocorrer até o fim deste ano. Em relação ao arcabouço fiscal, a expectativa é que o texto seja votado na Câmara amanhã, caso haja um acordo entre parlamentares.

“A indefinição da agenda fiscal, principalmente depois de o presidente e o ministro terem ido para a África do Sul, deixando a reforma ministerial e o arcabouço para depois do dia 28, pesaram bastante na curva. Além disso, há um repique inflacionário com o reajuste dos combustíveis que acaba pressionando”, afirmou o economista-chefe da Mirae Asset, Julio Netto.

Os futuros de commodities, que no início do dia tinham alta generalizada na bolsa de Chicago, encerraram sem direção única. Isso aumentou a pressão ante o real, que perdeu valor diante da moeda americana devido às indefinições em Brasília e a uma certa aversão ao risco para com o mercado brasileiro, com a saída de capital estrangeiro na B3 registrada nos últimos dias.

O dólar à vista avançou 0,26% ante o real no fechamento desta segunda-feira, a R$4,9792.

Em uma cesta de 22 moedas acompanhada pela Mover, o dólar cedia terreno frente a 13 – o real tinha o segundo pior desempenho da sessão, somente à frente do iene japonês. Perto das 17h, o DXY recuava 0,09%, aos 103.434 pontos.