Por: Fabrício Julião
As taxas de juros futuros subiam nos primeiros negócios desta sexta-feira, em um movimento de ajuste após queda em todos os dias desta semana. Por volta de 9h40, os DIs com vencimentos mais longos tinham alta mais elevada, à medida que as taxas projetadas nos títulos americanos sobem. As taxas dos vencimentos mais curtos hesitavam e operavam perto da estabilidade.
No exterior, a aposta em nova alta da taxa básica de juros nos Estados Unidos voltou a crescer, atingindo 82% ante 67% ontem, segundo a ferramenta FedWatch, da Chicago Mercantile Exchange. Nesta sexta-feira, grandes bancos americanos como JPMorgan, Citi e Wells Fargo apresentaram lucros acima das expectativas do mercado, antes da abertura do pregão de Wall Street. Os resultados superiores ao consenso dos agentes financeiros pode ser um indício de que o setor bancário dos EUA não está tão deteriorado, o que, por um lado, reforça a possibilidade de o Fed prosseguir em seu ciclo de aumento dos juros.
Em contrapartida, as vendas no varejos dos Estados Unidos em março caíram 1%, acima da estimativa dos economistas consultados pela Reuters, que esperavam retração de 0,4% no mês. Dado de produção industrial do mês passado, que sai às 10h15, e da confiança ao consumidor da Universidade de Michigan preliminar de abril, às 11h00, completam a agenda de dados americana.
Na cena local, em um dado importante para identificar se a desaceleração economia está se tornando mais espalhada, o setor de serviços perdeu fôlego em janeiro, quando caiu 3,1% em base mensal. O dado reforça a narrativa de economia fraca, em contraponto aos dados do varejo que mostraram crescimento acima do esperado. Os olhos continuam voltados para a agenda do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que está em Washington participando de reuniões com autoridades monetárias e financeiras internacionais, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está na China junto de uma comitiva composta por ministros – entre eles Fernando Haddad – e parlamentares.