Bradesco BBI corta projeção para ações da 3R (RRRP3) em mais de 20% após aumento de capital

A operação surpreendeu o mercado e gerou preocupações quanto à tese de investimento na empresa

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Por: Luciano Costa

O Bradesco BBI reduziu em mais de 20% a projeção para o desempenho das ações da 3R Petroleum, após a companhia ter anunciado ontem um aumento de capital de até R$900 milhões. A operação surpreendeu o mercado e gerou preocupações quanto à tese de investimento na empresa.

O preço-alvo do banco para os papéis ordinários da 3R (RRRP3) ao final de 2023 passou a ser de R$62 por ação, de R$80 anteriormente, com os analistas liderados por Vicente Falanga considerando a proposta de capitalização ao fazer os novos cálculos.

Eles ainda elevaram em 20% a curva de investimentos projetados para a companhia, endereçando preocupações do mercado com possíveis estouros de orçamento de projetos, segundo relatório visto pela Mover.

“Em nossa visão, o tema chave será execução, execução e execução. Isso é tudo que o mercado parece exigir da administração da 3R para reduzir os riscos percebidos quanto a esse nome”, escreveram os analistas do Bradesco BBI.

O banco considerou na conta que a 3R deve levantar R$750 milhões com o aumento de capital, que gerou repercussão negativa no mercado por não ser esperado por analistas e pelo potencial diluição dos atuais investidores da empresa. Os papéis da companhia despencaram 15,7% ontem, para R$27,71.

Os analistas também consideraram premissas mais conservadoras para a 3R, projetando que a produção da companhia terá expansão em ritmo 6% abaixo do previsto em relatório de certificação.

A equipe do Bradesco, no entanto, manteve recomendação de ´compra´ para os papéis, ao avaliar que a 3R continua sendo um caso de “alto risco, alto retorno”. O preço-alvo para as ações, de R$62, representaria avanço de 123% ante o fechamento de ontem.

No ano, as ações da companhia acumulam perdas de quase 29%, em meio a notícias como a taxação temporária de exportações de petróleo, possível suspensão de desinvestimentos da Petrobras, incluindo a venda do Polo Potiguar à 3R, e agora o aumento de capital. Em 12 meses, a retração é de quase 39%.