Bolsas sobem com bateria de indicadores econômicos; dólar cai e DIs oscilam

Confira a movimentação dos mercados nesta quinta (14)

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Por Luca Boni e Fabricio Julião

Os principais índices acionários operavam em alta em Wall Street, com investidores digerindo uma série de indicadores econômicos tanto nos Estados Unidos, quanto na Europa.

Perto das 12h10, o Dow Jones, o S&P500 e o Nasdaq 100 avançavam 0,68%, 0,70% e 0,65%, respectivamente. Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dez e de dois anos operavam estáveis aos 4,258% e 4,978% na sequência.

O índice de preços ao produtor (PPI na sigla em inglês) nos Estados Unidos avançou para 0,70% em agosto, ante consenso de 0,40%. Os dados de vendas no varejo americano de agosto foram acima do esperado, subindo para 0,6% contra expectativa de 0,1%. Somente os pedidos de auxílio desemprego vieram abaixo do consenso.

Os indicadores reforçam a resiliência da economia e do mercado de trabalho nos EUA, que segue aquecido e sem mostrar sinais de desaceleração. Ainda assim, não mudaram as apostas pela manutenção das taxas de juros americanas na próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto (FOMC), na semana que vem.

Os dados até podem apoiar a tese da necessidade de uma nova elevação da taxa de juros neste ano, mas, por enquanto, as notícias não impactaram os negócios e os mercados operam em leve alta.

Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) elevou sua taxa básica de juros para 4,5% ao ano, atingindo um nível recorde. A presidente do BCE, Christine Lagarde, ressaltou que o foco será a duração do ciclo restritivo para conter a inflação na Zona do Euro. “Não podemos dizer que estamos no pico de juros”, disse.

IBOVESPA 

O Ibovespa segue operando em alta, impulsionado pelas ações da Vale e da Petrobras que são impulsionadas pelas commodities. Investidores digerem a série de dados e decisões no exterior. A China lançou novos estímulos à atividade econômica, o BCE elevou a taxa de juros, e a inflação ao produtor nos EUA superou o consenso.

Por volta das 12h10, o Ibovespa avançava 0,84%, aos 119.158 pontos. O volume de negócios projetado para hoje é de R$20,2 bilhões, acima da média de 50 pregões.

Durante a madrugada, na China, o Banco do Povo anunciou um corte na taxa de compulsório bancário em 25 pontos-base, colocando a taxa média em 7,4% a partir de amanhã. A decisão busca dar estabilidade ao yuan e apoiar a recuperação econômica. 

Entre as ações, as ON da Vale, da CSN e as PN da Bradespar avançavam 4,04%, 5,97% e 3,90%, respectivamente, sendo as maiores altas percentuais e as maiores contribuidoras por pontos do Ibovespa. 

As ações sobem em linha com o quarto avanço consecutivo do minério de ferro na China. O Índice de Materiais Básicos ganhava 2,08% e liderava as altas entre os índices setoriais da B3.

As ON e PN da Petrobras subiam 2,56% e 1,94%, na sequência, ajudando a impulsionar o índice. As ações da estatal avançam seguindo a alta do petróleo Brent, cotado a US$93,50 por barril, no maior patamar do ano.

Na ponta oposta, destaque para as ON da Casas Bahia, ex-Via, que despencavam 22,62% a R$0,87, atingindo sua mínima histórica e registrando a maior queda intradiária desde março de 2020.

A companhia frustrou as expectativas em sua emissão de ações, que foi precificada a R$0,80 por ação. A empresa vendeu 779 milhões de ações e colocou R$623 milhões no caixa, bem abaixo da meta de R$1 bilhão. “O valor não paga um trimestre de despesa financeira”, disse o analista do TC Matrix, Malek Zein.

JUROS

As taxas de contratos dos juros operavam perto da estabilidade, com leve viés de baixa. O mercado segue atento às decisões de juros do Brasil e dos Estados Unidos, na semana que vem, enquanto digere a alta para 4,50% na taxa da zona do euro pelo BCE. 

Perto das 12h10, os DIs com vencimentos em jan/24 recuavam 1,0 ponto-base, a 12,29%, e os para jan/25 avançavam na mesma medida, a 10,39%. Já os vértices para jan/27 e jan/31 caíam 1,0 pb e 3,0 pbs, respectivamente, a 10,23% e 11,09%. 

Os DIs reagem à bateria de dados desta manhã. Os rendimentos das Treasuries americanas de dois e dez anos seguem estáveis como nos dias anteriores, rondando perto da estabilidade.

Dados de inflação acima do esperado nos EUA alertam para a possibilidade de mais uma alta nos juros pelo Fed ainda. Isso porque o PPI bateu o consenso e os pedidos de seguro desemprego vieram abaixo das expectativas. 

Por aqui, investidores seguem otimistas com o recuo dos preços no setor de serviços, o que pode ocasionar em baixas mais significativas da Selic. A divulgação do volume de serviços quase em linha com o esperado não alterou muito a divergência para a última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). 

Segundo dados de opções da B3, as apostas para redução de 50 pontos-base e 75 pontos-base na reunião de dezembro estão empatadas com 41% da preferência dos operadores. A hipótese de queda de 100 pbs tem 11% e a de redução de 25 pbs, 3%. 

Hoje, o Tesouro realizou leilão de títulos prefixados. Foram vendidos todas as 1,05 milhão de Notas Financeiras do Tesouro – Série F (NTN-F) ofertadas, mas apenas 79% das 11 milhões de Letras do Tesouro Nacional. 

CÂMBIO 

O real operava em alta ante o dólar, com notícias positivas de estímulos chineses à economia. A moeda americana, entretanto, ganha força diante de outros pares no exterior, devido ao PPI maior que o esperado, reforçando as apostas em juros maiores nos EUA. Teoricamente, isso aumentaria a atratividade do dólar. 

Por volta das 12h10, o dólar à vista caía 0,90%, a R$4,8727, enquanto o dólar futuro recuava 0,88%, a R$4,883. 

O real apresentava o melhor desempenho nesta sessão dentro de uma cesta de 23 moedas acompanhada pela Mover. O dólar, por sua vez, avançava frente a 16 delas, cedendo apenas para pares emergentes. O Índice DXY subia 0,38%, aos 105.155 pontos, mostrando a força da moeda americana perante pares mais fortes e líquidos, como euro, libra esterlina e franco suíço. 

As novas medidas na China que ajudam a divisa brasileira envolvem o corte da taxa do compulsório bancário chinês em 25 pontos-base, a partir desta sexta, colocando a taxa média em 7,4%. A Reuters noticiou mais cedo que o banco central do país pediu a alguns dos maiores credores do país que evitem ajustar suas posições de câmbio imediatamente, a fim de aliviar a pressão negativa sobre a moeda local.