São Paulo, 10/07/2025 – Fundos negociados em bolsa (ETFs) de ações brasileiras em Nova York recuam no pré-mercado com as tensões comerciais elevadas entre Brasil e Estados Unidos, após Donald Trump anunciar tarifas de 50% para todos os produtos brasileiros, com recibos de papéis da Embraer como destaque de baixa.
Por volta das 08h10, o EWZ operava em queda de 2,0% a US$27,60 na NYSE. Ações que possuem ADRs e são sensíveis às novas tarifas tambem sofrem no pré-mercado, com Embraer tombando mais de 6%.
No início da noite de ontem, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que irá aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil. A nova alíquota entra em vigor a partir do dia 1º de agosto.
Além do anúncio da magnitude da tarifa, na carta de Trump enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente americano atribuiu a cobrança, além de uma relação comercial que diz ser injusta com o país, à postura do STF (Supremo Tribunal Federal) com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Trump classificou a relação comercial com o Brasil como “altamente desigual”, alegando que os desequilíbrios decorrem de práticas como barreiras comerciais e políticas tarifárias e não-tarifárias adotadas pelo país. Em uma coletiva de imprensa, Trump tambem disse que “o Brasil, por exemplo, não tem sido bom para nós. Nada bom”.
Entre as tarifas anunciadas até o momento pelo presidente dos EUA, a do Brasil se destaca como a mais elevada.
Em relatório, a XP destacou os impactos potenciais das tarifas comerciais dos EUA sobre empresas brasileiras, avaliando que, embora o efeito macroeconômico seja moderado, as consequências podem ser relevantes para companhias específicas e para o cenário político.
Entre os setores mais expostos, os analistas da XP apontam empresas que possuem uma parcela significativa da receita atrelada às exportações para o mercado americano.
A Embraer aparece como a companhia mais impactada, com 23,8% da receita vinda de vendas para os EUA. A Suzano vem na sequência, com 16,6%. Também figuram entre os destaques Tupy (13,9%), Jalles Machado (11%) e Fras-Le (10%). Empresas como Minerva e WEG têm entre 8% e 15% da receita vinculada a exportações o mercado americano, segundo a XP.
Petrobras e Vale também aparecem no relatório, com exposição menor, de 4% e 2,8%, respectivamente. Além disso, companhias como Random, Iochpe-Maxion, Cosan, Alpargatas e CSN são mencionadas como suscetíveis aos efeitos das tarifas.
Por outro lado, a XP também avaliar haver oportunidades em ações que podem se beneficiar com a nova política tarifária dos EUA. O “pacote” da XP para apostar em ganhos com as tarifas mais altas inclui papéis de empresas como Gerdau, Unipar, Rumo, Aura Minerals, BrasilAgro e SLC Agrícola.
(LB | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)