Mercados operam sem direção única, de olho em indicadores e balanços

Mercado aguardo Focus após o Copom

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Por: Leandro Tavares

Os mercados europeus operam em queda no primeiro pregão da semana, impactados por um dado industrial fraco na Alemanha. Já os futuros nos Estados Unidos sobem, com os investidores à espera de balanços e do índice de inflação ao longo da semana. No Brasil, a divulgação do primeiro Boletim Focus depois do corte da Selic ganha destaque.

A produção industrial na Alemanha teve retração de 1,5% em junho na base mensal, maior que a previsão de analistas, colocando dúvidas sobre a recuperação da maior economia da região. No Reino Unido, os preços das casas caíram 0,3% em julho na comparação com maio, registrando o quarto declínio, segundo o banco Halifax. 

Na Ásia, os mercados fecharam sem direção única, em meio a rumores de que um governo regional na China poderia assumir o controle da endividada Country Garden, uma das maiores empresas do setor imobiliário chinês. 

Nos Estados Unidos, a agenda está esvaziada, sem previsão de divulgação de indicadores ou resultados trimestrais corporativos. Assim, os investidores devem se atentar, às 9h30, para o discurso da diretora do Federal Reserve, Michelle Bowman, que deve indicar que a política monetária nos EUA não está em curso definido, embora haja sinais positivos na queda no núcleo da inflação. 

No Brasil, o destaque do dia é o Boletim Focus, a partir das 8h25, que já deve mostrar novas projeções do mercado para a economia brasileira, após o corte de 50 pontos na taxa básica de juros, que passou de 13,75% para 13,25%. A FGV publica o IGP-DI, pouco depois.

Do lado corporativo, essa será a semana mais movimentada da temporada de balanços brasileira. A BB Seguridade divulgou lucro líquido de R$1,84 bilhões no segundo trimestre, alta de 30,9% na comparação anual. 

Nesta segunda-feira, saem os resultados de Itaú Unibanco, Pague Menos, Direcional, JSL, Vivara, CBA e Grupo SBF – todos depois do fechamento do pregão. 

No mercado de commodities, os futuros do minério de ferro negociados em Dalian, na China, continuam em trajetória de queda, desta vez de 1,57%, a 719,50 iuanes, ou US$99,99 por tonelada, diante das dúvidas sobre a economia americana e chinesa. 

Já o petróleo tipo Brent operava em queda de 0,95%, a US$85,42, refletindo o avanço do dólar frente aos pares, já que tende a reduzir a demanda dos detentores de outras moedas. 

Na sexta-feira, o Ibovespa fechou a sessão em queda, abaixo dos 120 mil pontos, influenciado pelas ações do Bradesco e da Petrobras. No mercado de câmbio, o dólar encerrou em queda, reverberando a divulgação do Payroll nos EUA, que beneficiou as moedas de países emergentes. 

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MERCADOS GLOBAIS

Perto das 07h00, o futuro dos índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 operavam em alta de 0,22%, 0,37% e 0,54%, respectivamente. 

O Índice Stoxx Europe 600 caía 0,29%, enquanto o índice alemão DAX tinha queda de 0,42% e o britânico FTSE-100 tinha baixa de 0,49%. 

O dólar americano avança em comparação aos pares. O DXY tinha alta de 0,33%, a 102,349 pontos. No geral, as moedas operam em alta, com exceção do rand-sulafricano, que cai 0,74%. 

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de 10 anos, ou T-Notes, operam em alta de mais de 6 pontos-base, a 4.107%. 

Na Ásia, o índice HSI de Hong Kong caiu 0,01%, enquanto o Xangai Composto teve queda 0,59%. O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, subiu 0,19%.

O Bitcoin tinha queda de 0,03% nas últimas 24 horas, a US$29.042,00; o Ethereum subia 0,19% no mesmo período. 

MERCADOS LOCAIS

Bolsa: O Ibovespa futuro deve abrir o pregão volátil, mesmo movimento visto na semana passada, reverberando as dúvidas sobre a economia mundial. O índice tem suporte na mínima em 117 mil pontos e resistência pouco acima de 123 mil pontos.

Câmbio: O dólar futuro deve abrir em alta, com os investidores ainda de olho no cenário de aversão ao risco no exterior. 

Juros: Os contratos de juros futuros na B3 devem continuar o movimento de queda. Os juros futuros nos EUA operam em alta, à espera do índice de preço ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que será divulgado na quinta-feira. 

DESTAQUES

A Petrobras mantém em sua nova política de remuneração aos acionistas a possibilidade de pagar dividendos extraordinários, mas deve avaliar isso somente no fim do ano, afirmou o diretor financeiro, Sergio Caetano Leite, durante teleconferência de resultados realizada na sexta-feira. “A decisão vai depender da análise técnica da financiabilidade da companhia no curto, médio e longo prazo”. (Mover)

Em entrevista à GloboNews na sexta-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, negou intervenção na Petrobras e que a estatal trabalha no limite do preço marginal da gasolina e do diesel. Segundo ele, “se tiver uma alta maior do petróleo, [Petrobras] vai mexer nos preços”. (Mover)

A política de preços da Petrobras é um elemento importante no ciclo de queda dos juros no Brasil, dado que a extensão da defasagem dos preços de combustíveis praticados no país pode limitar o espaço para o corte da Selic pelo Banco Central, avaliou a Legacy Capital em carta enviada a cotistas na sexta-feira. (Mover)

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa básica de juros em 50 pontos-base na semana passada foi “acertada” e não traz prejuízos para a credibilidade da autarquia, afirmou a Genoa Capital em carta mensal divulgada a cotistas na sexta-feira. A asset aposta que o ciclo de afrouxamento monetário será “longo” e que deve haver uma aceleração do ritmo de corte dos juros no quarto trimestre. (Mover)

A Apple perdeu valor de mercado e fechou abaixo de US$3,0 trilhões na sexta-feira, após as perspectivas da companhia para as vendas de Iphone no quarto trimestre fiscal preocuparem os investidores. As ações da companhia recuaram 4,80% na Nasdaq, a US$181,99. (Mover)

O setor de construção deve ter ano morno. Projeções apontam crescimento inferior a 2%, fruto de juros altos, demanda fraca e lentidão do programa Minha Casa, Minha Vida. (Valor) 

Vale, Dori e Pismo: melhora do cenário econômico começa a destravar negócios bilionários no Brasil. Apenas no último mês foram anunciados acordos de mais de R$20 bilhões envolvendo grupos estrangeiros. (Estadão) 

Em 6 meses, empresas captaram mais no exterior do que total de 2022. Companhias como Vale, Petrobras e Banco do Brasil realizaram emissões de títulos no exterior que chegam a US$5,85 bilhões. Esse movimento se explica tanto pela melhora da percepção do país no exterior como pela retração do mercado interno de títulos após a crise das Americanas. (O Globo)