Por: Fabricio Julião
As taxas de juros futuros operavam sem direção única nos primeiros negócios da manhã desta terça-feira no Brasil, com as incertezas sobre o novo arcabouço fiscal ainda em voga e sinais de recessão econômica no exterior, após a divulgação de indicadores que apontaram para a desaceleração da atividade nos Estados Unidos.
As taxas curtas tinham leve alta por volta das 10h00, o que indica que prevalece o sentimento de expectativa de manutenção de postura mais rígida do Banco Central do Brasil no curto prazo. Já os vértices mais longos caíam, em um movimento de projeção de corte da taxa básica de juros em meio ao arrefecimento da economia.
A grande expectativa ainda gira em torno da nova regra fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que enviará o projeto ao Congresso Nacional até 15 de abril, junto de medidas para o aumento da arrecadação e o cumprimento de metas de receita nos próximos anos.
Ontem, os DIs encerraram o dia em queda, após novos sinais de uma recessão a caminho dos EUA, com a divulgação dos Índices de Gerentes de Compras (PMIs) de Manufatura e Industrial de março abaixo do esperado pelo mercado.
Nesta terça-feira, serão divulgados nos EUA o relatório mensal do mercado de trabalho JOLTs e a variação de encomendas à indústria, ambos de fevereiro. Os dois dados deverão fornecer mais indicativos sobre o nível da atividade econômica americana atualmente.
A notícia no domingo do corte da produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) aumentou os receios de inflação. Nos EUA, o sentimento é de que o Federal Reserve pode continuar o aperto monetário na luta contra a alta dos preços, o que postergaria a queda dos juros no país.