Por Reuters
O presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, reagiu a cobranças feitas pelo ministro Alexandre Silveira, dizendo que o titular da pasta de Minas e Energia erra em suas considerações sobre a reinjeção de gás nos poços de petróleo.
Silveira disse recentemente que seria importante a Petrobras reduzir o nível de reinjeção para aumentar a oferta de gás no país, enquanto o presidente da Petrobras observou nesta quinta-feira (22) que a produção de petróleo no pré-sal requer que parte do insumo energético produzido seja reinjetado.
O ministro comentou recentemente que o nível de reinjeção no país é maior que na Europa, África e Estados Unidos, e que o Brasil precisaria desse gás para o processo de reindustrialização e na redução dos custos do produto.
Questionado por jornalistas durante coletiva de imprensa para tratar de transição energética, Jean Paul Prates disse nesta quinta-feira que a reinjeção de gás adotada pela estatal tem papel relevante no fator de recuperação da produção de petróleo.
“Quando se alega que temos uma injeção maior que a média, isso é um erro, não há como se medir isso”, disse o executivo, em outra resposta ao ministro. “Não sei que estatística é essa.”
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Silveira ainda classificou como “negligente” a postura da Petrobras em relação à política de gás natural do Brasil.
Prates, por sua vez, afirmou que está em curso um programa para ampliar a oferta de gás, mas ponderou que as reservas do Brasil são bem menores do que em outros países, e indicou que não haverá gás para atender demanda domiciliar, de transportes, térmica, industrial, de fertilizantes e outros segmentos.
“Não tem gás pra todo mundo nem volume de gás para firmar demanda e garantir desenvolvimento”, disse ele a jornalistas, em evento ao lado do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Na semana passada, Silveira havia declarado que entre buscar benefícios para sociedade por meio da maior oferta de gás e se indispor com Prates, ele preferia ver o presidente da Petrobras de cara fechada.
“Até tem condições de fazer fertilizante no Brasil, mas tem que ‘craniar’. Não adianta só berrar pelo jornal nem achar que um está rindo demais e outro está fazendo careta. Não adianta nem careta nem sorriso, adianta trabalhar junto e convergir”, afirmou o CEO da Petrobras.
“Se não tem gás para todos os segmentos… vamos trabalhar o mix (de oferta de energia) em vez de criar polêmica onde não existe”, adicionou ele.